As Nações Unidas disseram hoje que as suas bases no Sudão do Sul acolhem um total de 34.000 deslocados devido aos confrontos iniciados no domingo entre militares rebeldes e forças governamentais.
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Nas bases da ONU na capital, Juba, estão atualmente 20.000 deslocados, enquanto nas de Bor (capital do Estado de Jonglei) se encontram 14.000, precisou o porta-voz do Departamento para a Coordenação dos Assuntos Humanitários, Jens Laerke.
Na quinta-feira, a base da Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (Minuss) em Akobo (Estado de Jonglei) foi atacada. Dois capacetes azuis morreram e um ficou ferido e «pelo menos 20» dos 36 civis sul-sudaneses que se tinham refugiado no local foram igualmente mortos, informou hoje a Minuss em comunicado.
A ONU enviou hoje quatro helicópteros para a base em Akobo para retirar pessoal.
As autoridades do Sudão disseram hoje temer que os combates entre fações rivais do exército no Sudão do Sul afetem o país, por cujos oleodutos é transportado o petróleo dos campos do sul.
«Sem dúvida que um dos objetivos das duas forças é tentar ficar com o controlo dos campos petrolíferos», provavelmente para aumentar o seu poder de negociação, declarou o ministro da Informação sudanês, Ahmed Bilal Osmane, à agência France Presse.
«Estamos muito preocupados com o que se passa no Sul. Isto vai afetar todos os países vizinhos. No Sudão vamos sofrer mais que os outros», disse ainda, adiantando recear igualmente um afluxo de refugiados e armas.
O Uganda enviou soldados para Juba para restaurar a segurança na capital do Sudão do Sul a pedido do governo sul-sudanês, informou hoje o diário governamental ugandês New Vision, adiantando que um primeiro destacamento de forças especiais ugandesas foi destacado para a segurança do aeroporto e para retirar cidadãos ugandeses.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros do Sudão e do Uganda, bem como os homólogos do Djibuti, Etiópia e Quénia, tinham previstos para hoje encontros com o presidente sul-sudanês, Salva Kiir, e com personalidades políticas detidas por suspeita de ligação à violência dos últimos dias para «criar uma 'plataforma de diálogo nacional'», segundo o chefe da diplomacia ugandês, Okello Oryem.