O partido ilegalizado Batasuna, considerado o braço político da ETA, apresentou um novo partido para poder concorrer nas eleições e rejeitou, pela primeira vez, a violência do grupo armado.
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O novo partido «rejeita» o uso da violência, «incluindo a da ETA», disse Rufi Etxeberria, líder histórico de Batasuna, na apresentação do novo movimento político.
Proibição desde 2003 pela justiça espanhola devido às suas ligações à ETA, o Batasuna espera assim regressar à legalidade para poder apresentar-se nas eleições locais de Maio.
Encarada com a responsável pela morte de 829 pessoas, a organização separatista basca ETA anunciou, a 10 de Janeiro, um «cessar-fogo permanente» e não cometeu nenhum atentado desde Agosto de 2009.
O presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo entende que este novo partido «é um golpe na tendência que já se desenrolava há mais de um ano de a maioria dos históricos da ETA quererem obrigar a direcção militar, muito jovem e radical, a desarmar e entrar no caminho de negociações».
José Manuel Anes comparou a situação com o IRA, da Irlanda, que quando começou em negociações levou à criação de uma ala mais radical, que rejeitava as negociações.
O responsável encarou o lançamento deste partido também como resultado de uma forte «pressão das autoridades espanholas».
«Há eventualmente uma maioria de independentistas do País Basco que já rejeitam as vias violentas e o terrorismo, mas há aqueles que não desarmam», rematou.