Bélgica suspende asilo a homens solteiros e critica Portugal sobre acolhimento de migrantes
A secretária de Estado para o Asilo e Migrações refere que a Bélgica registou 19 mil requerentes de asilo este ano, enquanto Portugal, com uma população idêntica, teve 1500.
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O Governo belga criticou, na terça-feira, a forma como os países da União Europeia partilham os encargos com os migrantes e deu Portugal e Suécia como exemplos. As críticas foram feitas pela secretária de Estado para o Asilo e Migração, que anunciou medidas para enfrentar o número de pedidos de asilo.
Os homens solteiros com pedidos de asilo na Bélgica vão deixar de ter direito a abrigo. O anúncio da suspensão temporária partiu da secretária de Estado para o Asilo e Migrações, que quer evitar que as crianças acabem na rua este inverno.
As preocupações do Governo belga são justificadas com o crescente fluxo de famílias com crianças a pedir asilo, uma tendência que registou um forte aumento nos últimos dias e que há dois anos pesa na rede de acolhimento belga.
Nicole de Moor não especificou qual será a duração da suspensão. A secretária de Estado para o Asilo e Migrações sublinhou ainda a posição da Bélgica, naquilo que acredita ser a "partilha desigual" dos encargos com os migrantes na União Europeia.
A governante salientou que a Bélgica tem feito a sua parte e frisou que a situação como está "não pode continuar".
Neste aspeto, comparou Portugal à realidade belga, afirmando que a Bélgica registou 19 mil requerentes de asilo este ano, enquanto Portugal, com uma população idêntica, teve 1500.
Nicole de Moor também alertou para a situação da Suécia, outro país que regista poucos pedidos de asilo, num ano em que a pressão migratória sobre a Europa aumentou globalmente.
No início de junho, os países da União Europeia chegaram a um pacto que prevê um procedimento rápido nas fronteiras externas e uma distribuição mais justa dos requerentes de asilo na Europa. O objetivo do novo acordo é partilhar o número de migrantes e refugiados que chegam até à Europa entre os Estados-membros.
Os países que recusarem receber migrantes terão de pagar 20 mil euros por cada pessoa, mas, até agora, a adoção do pacto continua a ser bastante debatida entre os Estados-membros. Além disso, é ainda necessária a luz verde por parte do Parlamento Europeu.