O ex-presidente tunisino Zine El Abidine Ben Ali foi, esta segunda-feira, condenado a 15 anos e seis meses por posse de armas, drogas e peças arqueológicas.
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O presidente deposto, que se refugiou na Arábia Saudita na sequência da revolta popular de Dezembro e Janeiro, foi ainda condenado ao pagamento de uma multa de 108 mil dinares (cerca de 54 mil euros) no designado caso do "palácio de Cartago".
O tribunal de primeira instância de Tunes deliberou durante seis horas antes de anunciar o veredicto. No entanto, o processo ficou assinalado pelos protestos dos advogados de defesa, que ainda durante a manhã decidiram abandonar a sala após considerarem que os seus direitos não estavam a ser respeitados. O tribunal rejeitou ainda o pedido de um adiamento do processo.
Antes da proclamação da sentença, e pela voz do seu advogado libanês Akram Azouri, o ex-presidente tunisino definiu o processo como «inexistente» e denunciou uma «calúnia política».
«Este processo insere-se no âmbito da calúnia política contra o presidente Ben Ali para o apresentar perante a opinião pública como um traficante de divisas, de drogas e de armas"», declarou Azouri em comunicado.
A 20 de Junho, Bem Ali e a sua mulher Leila Trabelsi tinham já sido condenados a 35 anos de prisão e ao pagamento de uma indemnização de 45 milhões de euros por desvio de fundos.