Ben Bernanke, Douglas Diamond e Philip Dybvig vencem prémio de Ciências Económicas
Economistas norte-americanos estudaram o sistema bancário e crises financeiras.
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Os vencedores deste ano do prémio de Ciências Económicas (Prémio Sveriges Riksbank de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel), atribuído pela Academia Real Sueca de Ciências, são os norte-americanos Ben Bernanke, Douglas Diamond e Philip Dybvig "pela investigação sobre bancos e crises financeiras".
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"Os laureados deste ano melhoraram significativamente o nosso conhecimento do papel dos bancos na economia, em particular durante crises financeiras", anunciou Tore Ellingsen, presidente do comité que atribui o prémio de Ciências Económicas. A ideia de que é "vital" evitar o colapso dos bancos é uma das suas principais descobertas.
O trabalho dos três economistas, desenvolvido desde a década de 1988, "tem sido de grande importância na regulação dos mercados financeiros e abordagem de crises económicas".
Ben Bernanke foi presidente da Reserva Federal dos EUA (Fed) entre 2006 e 2014. Através da análise da Grande Depressão da década de 1930, a pior crise económica da história contemporânea, demonstrou que a corrida aos bancos foi um fator decisivo para que a crise tenha sido tão profunda e prolongada.
A tese dos três investigadores parte de um princípio: para que a economia funcione, as poupanças devem ser canalizadas para investimentos. No entanto, se por um lado quem poupa quer acesso instantâneo ao seu dinheiro caso precise dele, por outro as empresas e proprietários precisam saber que não serão forçados a pagar os seus empréstimos prematuramente.
Os bancos são a solução: atuando como intermediários que aceitam depósitos de muitas pessoas com poupanças, as instituições bancárias podem permitir que os depositantes tenham acesso ao seu dinheiro quando quiserem, ao mesmo tempo que oferecem empréstimos de longo prazo.
O problema, é que a combinação das duas atividades torna os bancos vulneráveis a rumores: se um grande número de pessoas em simultâneo ouvir dizer que o banco está em risco de colapso (mesmo que não esteja) e correr a levantar as poupanças, se todo o dinheiro for retirado do banco isto pode, efetivamente, levar ao seu colapso.
Para evitar estas "dinâmicas perigosas", os governos devem oferecer seguros de depósito e atuar como credor de última instância para os bancos, defendem os investigadores laureados.
O prémio no valor de 10 milhões de coroas suecas a dividir pelos laureados, que não constava do grupo original das cinco categorias dos Nobel determinadas pelo testamento de Alfred Nobel em 1895, foi estabelecido em 1968.
Este é o último dos Prémios Nobel a ser conhecido, após o anúncio na semana passada dos vencedores nas categorias de Medicina, Física, Química, Literatura e Paz, e será entregue no dia 10 de dezembro.