Para combater inundações e o calor extremo, a capital alemã está a desenvolver esta solução nas ruas e nos edifícios.
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A base do conceito nasceu há praticamente 20 anos. Berlim começava a desenhar ruas que equilibravam os espaços verdes com solos permeáveis. O objetivo era que a água da chuva fosse absorvida precisamente no sítio em que cai, e não corresse para os esgotos. A novidade agora é estender esta solução aos edifícios.
"Nos prédios novos é relativamente fácil", sublinha Carlo Becker, responsável por implementar esta estratégia na capital alemã. Telhados planos, com relvado, e construções de cores claras ajudam a que a 'cidade-esponja' funcione.
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A ideia é "imitar a natureza, o que pretendemos com este conceito de sponge city é arrefecer a cidade com a chuva, através da evaporação ou 'transpiração' do solo." O arquiteto paisagista realça que já são vários os edifícios novos que usam este sistema, o mais difícil vai ser mesmo aplica-lo aos mais tradicionais, essa é a próxima tarefa, "mudar o sistema tradicional que têm as zonas habitacionais com muitos anos (...) É um trabalho para os próximos 20, 30, 40 anos."
Carlo Becker assume que em Portugal o conceito de 'cidade-esponja' é de complexa aplicação já que chove muito menos que na Alemanha. Ainda assim acredita que deve ser pensada uma forma de usar o efeito esponja, isto é, de retenção da água da chuva nos locais onde cai.
A solução pode também ser aplicada fora das cidades: "Se existirem zonas com muita chuva, o efeito de evaporação é bom, isto é, o efeito que refresca. Por isso, quando um determinado local pero aquece muito, por exemplo uma cidade, o calor sobe. Desta forma há uma espécie de sistema de refrigeração gigante."