#BlackLivesMatter. "Temos a responsabilidade de garantir que a nossa empresa seja antirracista"
No palco principal da Web Summit, Ayọ Tometi, uma das cofundadoras do Black Lives Matter, que nasceu em 2013 através de uma hashtag e se tornou global, considera que o Facebook é "vulnerável" e "há um longo caminho a percorrer" para proteger quem usa as redes sociais para defender os direitos humanos.
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Surgiu através de uma hashtag em 2013 depois absolvição de George Zimmerman pela morte a tiro de um jovem afro-americano de 17 anos, Trayvon Martin, na Florida. Hoje, é um dos maiores movimentos civis dos Estados Unidos. É isso deve-se ao poder das redes sociais.
O ano de 2020, com o homicídio de George Floyd, provocou os maiores protestos de sempre em território norte-americano, em que se exigia justiça e condenação do polícia Derek Chauvin, e o movimento ganhou novo folgo. Uma das cofundadoras do Black Lives Matter está em Lisboa por estes dias e foi uma das principais oradoras na Web Summit.
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A partir do palco da Altice Arena, no segundo dia da cimeira tecnológica, Ayọ Tometi, sublinhou que as redes sociais "têm ainda um longo caminho a percorrer", dando o exemplo do Facebook, que considera uma plataforma "vulnerável".
"O Facebook é uma plataforma muito vulnerável e, por isso, preocupa-me especialmente até porque permite que os ativistas de direitos humanos sejam alvo" de ataques, considerou a ativista, que confessou que atualmente só usa o Facebook "para fins pessoais".
Filha de imigrantes nigerianos e criada no Arizona, Ayọ alertou que devemos "ter muito cuidado, sermos vigilantes", nas redes sociais. A ativista lembrou que a tecnologia, por si só, não chega para "revolucionar" o mundo. "São pessoas verdadeiras e comprometidas que produzem mudança. As ferramentas são importantes, mas não são tudo", frisou.
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No geral, Tometi alertou que o combate ao racismo estrutural "envolve todos e cada um de nós". "Temos a responsabilidade, não importa se estamos no setor público, no setor privado, se estamos no entretenimento, de garantir que a organização, a empresa, seja antirracista", defendeu.
Além disso, a ativista norte-americana exige mais respostas ao poder político com o objetivo de conseguir mudanças significativas. Para Ayọ Tometi, o movimento "não é só sobre os negros", engloba "os invisíveis" de todas as comunidades.