Multimilionário está inconformado com o bloqueio de contas no X (ex-Twitter) por ordem de Alexandre de Moraes, do Supremo, e ameaça não cumprir. Em resposta, o magistrado incluiu-o nas investigações contra desinformação na rede.
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O multimilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), chamou Alexandre de Moraes, juiz do Supremo Tribunal Federal, do Brasil, “ditador” e acusou-o de “tirar da prisão” o presidente Lula da Silva e de ter posto “o dedo na balança” de forma a que Lula fosse eleito, em 2022, contra Jair Bolsonaro. E ainda perguntou: “Porque é que o parlamento permite a Alexandre o poder de um ditador brutal?”
A discussão subiu de tom nas últimas horas depois de, no fim de semana, Musk ter ameaçado desobedecer a ordens judiciais e reativar contas suspensas no X, por ordem daquele juiz, por estarem incluídas em investigações sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília, e serem propagadoras de desinformação. O empresário sul-africano ameaçou ainda fechar o X no Brasil.
Na sequência, Alexandre de Moraes incluiu Musk entre os investigados daquele inquérito e determinou uma multa de 100 mil reais, perto de 20 mil euros, por dia, em caso de reativação das contas bloqueadas.
Depois de se ter assumido como apoiante de Barack Obama e preocupado com questões ambientais, Musk, dono da Tesla e outras empresas, vem mantendo posições consideradas próximas da extrema-direita norte-americana e mundial, sobretudo desde a pandemia. No Brasil, é idolatrado por bolsonaristas e visitou o país a convite do governo de Bolsonaro.
Já Alexandre de Moraes, conhecido como Xandão, apesar de ter sido nomeado pelo conservador Michel Temer, é muito admirado pela esquerda brasileira, por ter enfrentado as tentativas de golpe de Estado perpetradas por Bolsonaro e alguns generais e combatido as fake news na rede durante a campanha eleitoral de 2022.
