O Governo brasileiro antecipou para esta quarta-feira o encerramento da operação das Forças Armadas no estado brasileiro do Ceará, que estava previsto para sexta-feira, após o fim da greve ilegal de polícias que se arrastou por 13 dias.
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O encerramento da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que levou cerca de 2.500 soldados das Forças Armadas ao Ceará para reforçar a segurança na região, após motins e greves de agentes policiais que reivindicavam aumentos salariais, foi publicada esta quarta-feira em Diário Oficial da União.
A desmobilização antecipada das Forças Armadas, por parte do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi motivada pelo fim da greve ilegal de polícias militares que causou estragos no estado brasileiro do Ceará durante 13 dias, depois dos agentes de segurança voltarem ao trabalho e firmarem um acordo com as autoridades locais.
Durante o período de motim, o número de assassínios no Ceará triplicou em comparação à média do início do ano.
"Recebi com satisfação as notícias do fim da greve da polícia no Ceará", escreveu o ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sergio Moro, na rede social Twitter no domingo à noite.
O ministro acrescentou que "o senso comum assumiu o controlo, sem radicalismo".
Os batalhões da polícia militar ocupados pelos amotinados voltaram a funcionar na manhã de segunda-feira. No entanto, muitos veículos não puderam ser usados porque foram danificados pelos agentes em greve, para impedir que os polícias voltassem ao trabalho.
A polícia concordou em terminar a greve em troca de uma promessa de um aumento de salário e na esperança de que sejam aplicadas punições mais leves para aqueles que se juntaram ao movimento grevista ilegal.
No entanto, o governo do estado do Ceará não cedeu ao pedido de amnistia total originalmente solicitado pelos grevistas.
Um dos episódios mais tensos da greve ocorreua19 de fevereiro na cidade de Sobral, cidade localizada a 230 quilómetros de Fortaleza, capital do Ceará, quando um conhecido senador de centro-esquerda, Cid Gomes, foi baleado e ferido ao tentar quebrar um piquete dos grevistas enquanto dirigia uma escavadora.
Algumas horas antes polícias amotinados armados e encapuzados espalharam o terror em Sobral, ameaçando os comerciantes e ordenando que fechassem as lojas.
Polícias militares, que no Brasil têm estatuto militar, estão constitucionalmente proibidos de fazer greve, numa decisão que foi ratificada em 2017 pelo Supremo Tribunal Federal, a mais alta instância judicial do país.