Visita ao local é vista como plano do país do primeiro-ministro Viktor Orbán para conceder asilo político. Ex-presidente não nega estadia, mas advogados desmentem intenção de fuga às autoridades.
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Jair Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília, 48 horas depois de ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal do Brasil.
Com a justiça à perna em pelo menos três operações policiais, o plano seria conceder asilo político ao ex-presidente brasileiro, segundo fontes anónimas da embaixada do país europeu citadas pelo jornal norte-americano The New York Times, que divulgou vídeos do episódio.
Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro, é aliado de Bolsonaro e já o chamou de "grande patriota".
O caso começa com uma ação de busca e apreensão da polícia na casa de férias de Bolsonaro, em Angra dos Reis, a 8 de fevereiro, na qual as autoridades pediram ao ex-presidente entregar o passaporte.
Como não o tinha no local, Bolsonaro entregou-o só no dia 10.
E, no dia 12, foi para a embaixada da Hungria, onde passou duas noites, de acordo com as imagens do circuito de vídeo da embaixada, que o mostram a cumprimentar o embaixador Miklos Tamás, à chegada e à saída.
"Não vou negar que estive na embaixada sim", afirmou à Bolsonaro ao jornal Metrópoles.
Mas os advogados de Bolsonaro acrescentaram que "o ex-mandatário do país mantém um bom relacionamento com o primeiro-ministro húngaro" e que "quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional".
Observadores, entretanto, já disseram que o facto pode justificar "prisão preventiva" de Bolsonaro por risco de fuga.
Bolsonaro é acusado de ter participado na trama de um golpe de estado após perder as eleições, de desvio de joias oferecidas ao estado brasileiro, de ter falsificado o cartão de vacinação para entrar nos Estados Unidos, entre outros casos.
