Presidente brasileiro deve falar sobre a soberania do Brasil em relação à floresta da Amazónia.
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É um dos discursos mais aguardados da Assembleia Geral das Nações Unidas. Jair Bolsonaro vai subir ao púlpito da ONU em Nova Iorque sob protestos do lado de fora e, especula-se, também do lado de dentro com a política para a Amazónia no menu dos seus cerca de 20 minutos de discurso.
Num pequeno lançamento do que será a sua intervenção, o próprio presidente do Brasil anunciou que será "objetivo" e "claro" e que vai reforçar a soberania nacional do seu país sobre a floresta, numa resposta a Emmanuel Macron, com quem se envolveu em acesa troca de farpas no mês de agosto durante os incêndios que afetaram a região.
Bolsonaro, que nesse período também protagonizou crises diplomáticas com a Noruega e a Alemanha, disse no entanto que não pretende ir à ONU para "fulanizar". Esperam-se ataques apenas nas entrelinhas ao presidente francês e a Michelle Bachelet, a comissária dos direitos humanos com quem também se envolveu há dias, atacando a memória do pai dela e exaltando o regime de Pinochet no Chile.
Bolsonaro diz-se também preparado para ouvir críticas de outros chefes de estado e sabe que em Nova Iorque haverá manifestações contra si.
Por causa desse ambiente hostil e por estar a recuperar da quarta cirurgia ao abdómen na sequência da facada sofrida na campanha eleitoral do ano passado, o presidente do Brasil equacionou não viajar. Mas decidiu embarcar, ao lado de uma comitiva de que fazem parte também a primeira dama Michelle e o seu filho Eduardo Bolsonaro, provável futuro embaixador em Washington.
Bolsonaro abrirá a sessão, como é da praxe com todos os oito presidentes brasileiros que foram a Nova Iorque antes dele - a tradição é uma espécie de compensação pelo facto do Brasil não ser membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.