Três casamentos, cinco filhos, 27 anos de vida parlamentar, 162 projetos, apenas dois aprovados, dois casos em tribunal.
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Para quem se assume como militar que defende a ordem acima de tudo, Jair Bolsonaro tem uma vida repleta de insubordinações, provocações e de conflitos constantes.
Nasceu em 1956 em Glicério, no estado de São Paulo, e os pais registaram-no dez meses depois, na cidade de Campinas, com o nome de Jair Messias Bolsonaro. Descendente de imigrantes italianos e alemães, cresceu em várias cidades do estado de São Paulo com os pais e os cinco irmãos.
Com 21 anos concluiu o curso de formação de oficiais da Academia Militar das Agulhas Negras e, logo a seguir, o curso de paraquedismo militar na Brigada Paraquedista do Rio de Janeiro.
O casamento chegou muito mais tarde e Bolsonaro só parece ter acertado à terceira. Em 1992 casou-se com a primeira mulher Rogéria Braga, com quem teve três filhos: Flávio, Carlos e Eduardo. Seguiu-se Ana Cristina Valle, a segunda mulher, com quem teve um filho, Renan. Mas é com Michelle Reinaldo, a atual esposa, com quem vive agora e de quem tem uma filha, Laura.
Os seus três filhos mais velhos seguiram as pisadas do pai na política. Carlos Bolsonaro é vereador no município do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro é deputado estadual fluminense e de Eduardo Bolsonaro é deputado federal por São Paulo. Eleito na primeira volta das eleições, Eduardo teve a maior votação de sempre a nível nacional no que a este cargo diz respeito.
A família mora atualmente num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Da cadeia às bombas
Jair Bolsonaro saiu do anonimato quando, em 1986, reclamou dos salários baixos dos militares num artigo publicado na revista Veja. A ousadia, valeu-lhe 15 dias atrás das grades por insubordinação.
Um ano depois, ainda a pretexto dos salários baixos, torna-se suspeito de tentar fazer explodir bombas em unidades militares do Rio de Janeiro, como forma de pressão. O Conselho de Justificação Militar dita por unanimidade que é culpado, mas após recuso para o Superior Tribunal Militar é absolvido.
Recuperada a patente de capitão, passou à reserva e volta-se para a política, primeiro como vereador no Rio de Janeiro, e depois, em 1991, eleito para a Câmara de Deputados, onde fica durante sete mandatos.
Segundo a revista Veja, ao longo de 27 anos de vida parlamentar Jair Bolsonaro apresentou 162 projetos, mas apenas dois foram aprovados.
Se enquanto militar, Bolsonaro teve que acertar contas com a justiça, várias vezes, enquanto político nunca perdeu o jeito para criar problemas. O novo Presidente brasileiro é arguido em duas ações penais no Supremo Tribunal Federal, sendo que em causa estão alegados crimes de incitação ao crime de violação, injúria e apologia ao crime.
O caso reporta a 2003, quando Bolsonaro disse à deputada petista Maria do Rosário que não a violaria por não merecer, por ser "feia demais". "Jamais ia estuprar [violar] você, que você não merece". O agora Presidente do Brasil repetiu a ideia em 2014. "Há poucos dias, você chamou-me de estuprador [violador] no Salão Verde, e eu falei que não ia estuprar você porque não merece."
Bolsonaro foi condenado a pagar uma indemnização de dez mil reais por danos morais mas decidiu recorrer para o Supremo.
A Folha de S. Paulo recorda ainda que, apesar de não ser arguido no caso de contratação de uma funcionária fantasma - conhecida como "Wal do Açaí" -, Jair Bolsonaro tem uma investigação aberta na Procuradoria-Geral da República.
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