Realizaram-se manifestações em mais de 100 cidades brasileiras e houve confrontos com a polícia. Uma sondagem diz que 75% dos brasileiros apoia as manifestações mas apenas 6% participa nelas.
Corpo do artigo
No Brasil a população saiu ontem de novo à rua, realizando manifestações em mais de 100 cidades. Em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Salvador da Bahia registaram-se incidentes com a policia.
Em Belo Horizonte as autoridades e os manifestantes entraram em confronto junto ao estádio onde se ia realizar o jogo entre o Japão e o México. Vinte e cinco pessoas ficaram feriadas, uma delas com gravidade.
Em Salvador aconteceu o mesmo junto ao recinto onde jogaram Brasil e Itália. Já no Rio de Janeiro, 30 pessoas foram detidas e acusadas de saquearam lojas.
O politólogo António Roberto Espinosa, que militou ao lado da presidente Dilma Roussef contra a ditadura militar do país, defende que os atuais protestos constituem uma mudança de época.
Espinosa defende que as manifestações representam a necessidade de um novo pacto social porque a juventude não assinou o contrato atual e não é obrigada a aceitar o mundo como o recebeu.
Para o especialista em Ciências Políticas e professor de Política Internacional e de Relações Internacionais, os protestos são positivos e necessários e podem comparar-se ao que aconteceu com os indignados em Espanha, ao movimento Ocupy Wall Street e à primavera árabe.
Uma sondagem da revista Época mostra entretanto que 75 por cento dos brasileiros apoia as manifestações dos últimos dias no país, mas apenas seis por cento participa nelas.
A principal razão pela qual os brasileiros apoiam os protestos relaciona-se com o preço e a qualidade dos transportes públicos e a corrupção.
O inquérito revela ainda que 69 por cento dos brasileiros dizem-se satisfeitos com a vida que levam e 43 por cento disse ter expectativas positivas sobre o futuro do país.