O Carlos García Juliá vai cumprir o que resta da pena de 193 anos em território espanhol.
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A Polícia Federal brasileira extraditou hoje para a Espanha Carlos García Juliá, o espanhol condenado a 193 anos de prisão por participar no massacre de Atocha, ocorrido em Madrid, em 1977.
O anúncio da extradição tinha sido feito na última terça-feira pelo advogado do fugitivo espanhol, e as autoridades brasileiras confirmaram hoje a saída do país de Carlos García Juliá.
Apesar de ter confirmado a data de extradição, o o advogado de defesa do fugitivo, Daniel Mourad Majzoub, não deu detalhes e horários dos voos por razões de segurança, embora a chegada de García Juliá a Espanha esteja prevista para acontecer na sexta-feira.
A extradição do ex-membro do partido Fuerza Nueva tinha sido autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil em agosto de 2019 e dependia apenas da confirmação do Presidente do país, Jair Bolsonaro.
García Juliá foi condenado em Espanha em 1980 por ser um dos autores do massacre em que três advogados sindicais, um estudante de direito e um oficial administrativo foram mortos a tiro, em Madrid.
O espanhol, que cumpriu 14 dos 193 anos de prisão pelos quais foi condenado em 1980, era um fugitivo desde 1994. Ele foi preso em dezembro de 2018 na cidade brasileira de São Paulo, onde vivia com uma identidade falsa e trabalhava como motorista da plataforma eletrónica de transportes Uber.
Antes de ser preso, García Juliá, que tinha 24 anos quando realizou o massacre, passou duas décadas em fuga, vivendo em vários países da América Latina, incluindo o Paraguai e a Bolívia.
Depois de saber o paradeiro do condenado, o Tribunal Nacional da Espanha exigiu a sua extradição porque entendeu que a sentença não estava prescrita.
Garcia Juliá estava até hoje preso na sede da Polícia Federal de São Paulo.