Eduardo Fauzi foi preso no dia 6 no aeroporto de Koltsovo, em Ekaterinburg.
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A polícia russa deteve o brasileiro Eduardo Fauzi, em Ekaterinburg, identificado no seu país como um dos autores do ataque em 2019 a uma produtora do grupo Porta dos Fundos que realizou especial de humor sobre o Natal.
O Tribunal Distrital de Leninski, em Ekaterinburg, informou esta quarta-feira, em comunicado, que emitiu uma mandato de prisão de 30 dias para o homem de negócios, que estava na lista internacional de procurados pela Interpol.
"Foi recentemente preso no distrito de Leninski, em Ekaterinburg", acrescentou o tribunal.
De acordo com o jornal Komsomolskaya Pravda, Fauzi foi detidono dia 6 no aeroporto de Koltsovo, em Ekaterinburg.
De acordo com o comunicado do tribunal russo, "Eduardo Fauzi é acusado pelas autoridades brasileiras de crimes particularmente graves. Em dezembro de 2019 foi preso na sua residência por um tribunal do Rio de Janeiro sob acusações de homicídio agravado e explosão. Era procurado pela Interpol".
A organização policial internacional (Interpol) enviou para o gabinete do procurador do distrito de Leninski, em Ekaterinburg, material que justifica o facto de Fauzi estar na lista de procurados e o procurador, por sua vez, solicitou ao tribunal medidas preventivas, sob a forma de uma detenção.
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A Polícia do Rio de Janeiro identificou Fauzi como um dos perpetradores do ataque à empresa de produção Porta dos Fundos, em dezembro de 2019, mas após uma busca a várias residências o homem não foi encontrado, e foi declarado fugitivo.
Segundo os investigadores, Fauzi, que tem um historial de comportamento violento e esteve envolvido em outros incidentes devido às suas ideias de direita, foi o único dos atacantes que não usou máscara durante o ataque, para que pudesse ser reconhecido pelos vídeos de diferentes câmaras de segurança.
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O ataque à produtora de televisão foi aparentemente uma retaliação ao Especial de Natal deste ano produzido pelo grupo de comédia Porta dos Fundos, que também podia ser visto na Netflix e foi alvo de numerosas críticas de grupos religiosos.
No filme, de 46 minutos, que provocou a raiva de alguns pastores evangélicos, o grupo, que já tinha sido controverso noutras abordagens satíricas de assuntos religiosos, conta as aventuras de Jesus para apresentar a sua família ao seu namorado.
Um dos principais grupos de extrema-direita no Brasil, a Frente Integralista Brasileira (FIB), uma organização nacionalista que se define como defensora convicta dos valores cristãos, da propriedade privada e da família, anunciou, após o ataque, que tinha expulsado Fauzi das suas fileiras.