Dezenas de milhares de brasileiros desceram hoje de novo às ruas para protestar contra o Governo e a corrupção, mas em menor número do que em março, quando cerca de dois milhões de manifestantes desfilaram em dezenas de cidades.
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Ao início da tarde, os organizadores disseram que 190.000 pessoas em todo o país responderam ao apelo para este novo protesto, em larga medida motivado pelo amplo escândalo de corrupção no Petróleo Brasileiro (Petrobras), a companhia petrolífera estatal.
Os manifestantes também contestaram a crescente inflação e denunciaram a crescente degradação dos direitos dos trabalhadores, que contribuíram para reforçar a oposição ao Governo de esquerda de Dilma Rousseff, reeleita em outubro passado.
Segundo a polícia, cerca de 20.000 pessoas desfilaram na capital federal Brasília, metade dos números registados em 15 de março, e foi calculado um total de 100.000 pessoas em todo o país. Em Belo Horizonte, onde em março o protesto juntou 20.000 manifestantes, apenas 5.000 compareceram hoje na praça da Liberdade, ainda segundo a polícia.
O portal de notícias G1 referiu que as concentrações na manhã de hoje em 35 cidades de 12 estados reuniram cerca de 41.000 pessoas.
Previa-se que os números aumentassem durante a tarde, quando estavam programados protestos em dezenas de municípios, incluindo São Paulo, a maior cidade do país e onde cerca de um milhão de pessoas participou na manifestação de 15 de março.
Estes novos protestos foram convocados nas redes sociais por grupos como o Movimento Vem à Rua Brasil, Revoltosos 'online' e Movimento Brasil Livre, que se dizem independentes dos partidos políticos. Os organizadores esperavam que um milhão de pessoas participasse nos desfiles de protesto em 400 cidades.
Estas organizações têm manifestado indignação com a situação política e económica do país e reivindicam reformas, mais investimentos na saúde e educação e combate à corrupção.
A demissão da Presidente brasileira Dilma Roussef pela sua alegada responsabilidade no escândalo de corrupção da Petrobras, que envolve dezenas de políticos brasileiros, permanece uma das principais reivindicações dos protestos.