O FMI alertou que haverá "custos significativos" para a economia do Reino Unido e em "menor medida" para os países da União Europeia, se o país deixar o bloco comunitário sem um acordo bilateral.
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Ao apresentar um relatório em Londres, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, advertiu que há "pontos chave" por resolver para que o Reino Unido e a União Europeia (UE) consigam um acordo do 'Brexit', que reduziria o impacto para ambas as partes.
O FMI sustenta que, mesmo com um bom acordo de saída, o Reino Unido teria um crescimento económico moderado nos próximos anos, com uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5% tanto em 2018 como em 2019.
Largarde sublinhou que estas estimativas "assumem um consenso a tempo com a UE sobre um acordo de livre comércio amplo e um posterior processo de 'Brexit' relativamente ordenado".
Numa conferência conjunta, o ministro da Economia britânico, o conservador Philip Hammond, reconheceu que ao deixar a UE, o Reino Unido deve assegurar "uma associação estreita e duradoura" com os 27.
Londres também deve ter em conta "as advertências do FMI e outros sobre o custo significativo que o facto de não alcançar um acordo com UE pode ter para o emprego e a prosperidade do Reino Unido".
No relatório periódico sobre as perspetivas económicas do Reino Unido, o FMI sublinha que "todos os cenários do 'Brexit' ou saída britânica do clube comunitário implicarão "custos", mas que um "não-acordo seria "o pior resultado".
Ainda que um eventual pacto comercial pudesse reduzir o prejuízo económico, "é improvável que traga benefícios suficientes para contrabalançar os custos" de deixar o bloco, indica o documento.
O Fundo insta o Reino Unido a preparar medidas para "salvaguardar a estabilidade financeira e monetária" em caso de se produzir um 'Brexit' caótico, e prever uma possível queda da libra e de outros ativos.
O relatório adverte que o Reino Unido ainda enfrenta "uma enorme tarefa" em relação à saída da UE e considera "improvável" que a tenha completado a 29 de março de 2018, quando oficialmente deixará o bloco.