Ana Isabel Xavier, especialista em Assuntos Europeus, explica que neste momento é difícil pensar a relação futura entre o Reino Unido e a UE.
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As dificuldades para fechar o acordo do Brexit devem, segundo a especialista em Assuntos Europeus Ana Isabel Xavier, estender-se à forma como será definida a relação futura entre Londres e Bruxelas.
À TSF, a investigadora do ISCTE estabelece uma comparação: "Tudo isto revela que, se o caminho está a ser tão difícil para assinar os papéis do divórcio, mais difícil será para assinar os termos da relação futura entre o Reino Unido e a União Europeia."
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Ana Isabel Xavier explica que essa é a grande questão porque "29 de março (hoje) representava a data em que se iria dar início ao período de transição, em que o Reino Unido e a União Europeia iriam negociar, até durante dois anos, possivelmente, os termos da relação futura. A partir do momento em que não há acordo, também não há base de sustentação para pensar a relação futura".
Agora, segue-se uma espera até à próxima segunda-feira, dia em que serão realizados os votos indicativos e depois até 10 de abril, dia do Conselho Europeu, em que se vai "perceber até onde é que os Estados-membros estão dispostos a ir na flexibilidade a dar, mais uma vez, ao Reino Unido".
O ministro dos Negócios Estrangeiros já tinha dito, durante a tarde desta sexta-feira, que o pior cenário possível seria o de uma saída sem acordo, ideia que a investigadora reitera.
"O pior cenário é sempre um saída sem acordo, desordenada, em que a UE tenha de ativar o seu plano de contingência, em que os 27 Estados-membros têm de ativar os seus planos de contingência e em que fica muito difícil perceber quais são os patamares de entendimento para a relação futura", explica.
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