"Brutalidade" russa não terminou. NATO espera "nova ofensiva no leste e sul da Ucrânia"
Stoltenberg avisa que a "brutalidade" da Rússia na Ucrânia da não terminou.
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O secretário-geral da NATO denunciou esta terça-feira uma ofensiva das tropas russas para tomar "a totalidade" da região do Donbas, "nas próximas semanas", tendo que a "brutalidade" como a que foi revelada pelos "crimes de guerra" descobertos na cidade de Bucha possa repetir-se.
"Nas próximas semanas esperamos uma nova ofensiva russa no leste e no sul da Ucrânia, para tentarem tomar a totalidade [da região] do Donbas e criarem uma ligação terrestre para [o território] ocupado da Crimeia", alertou Jens Stoltenberg, garantindo que a NATO dispõe de detalhes sobre as operações que denunciam as intenções do Kremlin.
"Estamos a assistir a uma movimentação significativa de tropas desde Kiev, para se reagruparem, rearmarem-se e reabastecerem, mudando o foco para o leste", afirmou o secretário-geral da NATO.
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"Brutalidade insuportável"
Sobre a descoberta de centenas de corpos de civis com a retirada das tropas invasoras, na cidade de Bucha, Stoltenberg espera que seja feita justiça, pois "trata-se de uma brutalidade insuportável que a Europa não testemunhou em muitas décadas".
"Atingir e assassinar civis é um crime de guerra. Todos os factos devem ser recolhidos e aqueles que forem responsáveis por estas atrocidades devem ser levados à justiça", defendeu, deixando um alerta de que apesar de "as forças ucranianas estarem a fazer uma resistência feroz, e a recuperar território aos invasores russos e forçando a Rússia a mudar os planos de guerra, mas Moscovo não está a desistir das ambições na Ucrânia".
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Diplomacia
Stoltenberg adiantou que na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba "vai fazer uma atualização sobre os últimos desenvolvimentos, incluindo as negociações de Kiev com Moscovo".
Num período crítico da relação com a Rússia, o secretário-geral da NATO deu a entender que podem estar a caminha alterações em relação ao estatuto de neutralidade e países como "a Finlândia, [e] a Suécia", além que o dossier da "Geórgia" e da União Europeia "estarão em cima da mesa".
"Vamos juntar-nos aos parceiros da NATO na Ásia-Pacífico:
Austrália, Japão, Nova Zelândia e República da Coreia", afirmou Stoltenberg alertando que as "implicações globais" de uma "crise nos preocupa a todos".
"Vemos que a China não está disposta a condenar [ações] sobre a agressão da Rússia, e juntou-se a Moscovo para questionar o direito das nações de escolher o próprio caminho", lamentou o secretário-geral, considerando que "num momento em que os poderes autoritários estão a fazer regredir a ordem internacional baseada em regras, é ainda mais importante que as democracias permaneçam juntas e protejam os nossos valores".
"Espero que concordemos em aprofundar a cooperação da NATO com os nossos parceiros da Ásia-Pacífico, inclusive em áreas como controlo de armas, espaço cibernético, ameaças híbridas e tecnologia", disse.