Bruxelas elogia resposta de Portugal e Espanha ao apagão e afasta culpa das renováveis
O comissário da Energia afirma, à margem da sessão plenária de Estrasburgo, que está “ansioso por conhecer as conclusões das avaliações” ao apagão
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O comissário europeu da Energia, Dan Jørgensen elogiou, esta terça-feira, a forma como as autoridades de Portugal e Espanha responderam ao apagão que deixou a Península Ibérica sem eletricidade, no final da semana passada. O comissário falava aos jornalistas, à margem da reunião do colégio, rejeitando culpar as renováveis pela falha.
“Não há razão para acreditar que isto se deva às energias renováveis. Há muitos países com uma percentagem muito elevada de renováveis no mix energético que têm muito menos minutos de apagão por ano do que outros países que não têm a mesma proporção”, defendeu, elogiado os Governos de Portugal e Espanha pela gestão da crise.
“Quero aproveitar esta oportunidade para felicitar a forma como as autoridades de ambos os países lidaram com esta crise. É o pior apagão em décadas e, obviamente, uma situação muito desafiante”, declarou o comissário, sublinhando que também a ENTSO-E — a rede europeia de operadores de transporte de eletricidade — elogiou a gestão da crise feita pelos dois governos.
Jørgensen considerou que é cedo para apurar responsabilidades. “Ainda é demasiado cedo para dizer quais foram as causas reais. Estão em curso investigações internas, obviamente, nos dois países, mas também haverá uma análise internacional neutra com os operadores de sistema de transporte da ENTSO-E que não estão ligados aos dois países”, indicou.
A Comissão Europeia, garantiu, está a acompanhar a situação “de muito perto” e disponível para apoiar com os seus peritos. O comissário afirma que Bruxelas espera agora que as conclusões das investigações tragam não só explicações, mas também propostas de prevenção para o futuro.
“Estamos, naturalmente, ansiosos por conhecer as conclusões das avaliações e esperamos que incluam também algumas recomendações. E, se houver algo que possamos fazer a nível europeu para evitar que situações destas voltem a acontecer – e suspeito que sim – então, claro, estaremos prontos para ajudar”, afirmou.