A Comissão Europeia recusou hoje comentar uma eventual nova extensão do programa de resgate da Grécia, que em fevereiro foi prolongado por mais quatro meses, até final de junho.
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"Não fomos nós a fonte de informação (...). Não estou habilitada nem para confirmar nem para negar o que foi escrito [na imprensa] sobre uma extensão do programa", disse hoje Mina Andreeva, porta-voz do executivo comunitário, na conferência de imprensa diária, em Bruxelas.
Em fevereiro, perante a impossibilidade de se fechar a tempo o segundo programa de resgate da Grécia, este foi estendido por quatro meses, até final de junho.
Desde então, o Governo liderado por Alexis Tsipras está a negociar com a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu - reunidos no âmbito do chamado Grupo de Bruxelas - reformas a executar por Atenas para fechar a última avaliação do programa de resgate e, sobretudo, ser libertada parte da última parcela do atual programa, de 7,2 mil milhões de euros.
No entanto, as negociações têm tropeçado em várias matérias nas quais nem credores nem Atenas aceitam ceder, nomeadamente cortes nas pensões e liberalização do mercado laboral.
Perante este impasse e o facto de os quatro meses estarem a chegar ao fim, fala-se agora numa nova extensão do programa, que estará a ser negociada entre Atenas e Berlim.
A Grécia enfrenta sérios problemas de liquidez. Na semana passada, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, assumiu pela primeira vez a grave situação dos cofres públicos: "A liquidez é um assunto terrivelmente urgente", afirmou. Já em junho, o país tem de fazer face ao pagamento de 1.500 milhões de euros ao FMI, a começar por 300 milhões de euros já no dia 5.
Esta quinta e sexta-feira, realiza-se em Riga, capital da Letónia, a Cimeira da Parceria Oriental e a Grécia já disse que quer estar na agenda não oficial. À margem da reunião, está previsto um encontro entre o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.
Por estes dias continuam também as negociações técnicas no âmbito do Grupo de Bruxelas, com reuniões presenciais na capital belga.