A Comissão Europeia desdramatiza a decisão do governo de Alexis Tsipras de não devolver hoje ao FMI uma parcela de 305 milhões de euros. Bruxelas diz que a decisão está em linha com as "regras" e não são novidade.
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"A decisão da Grécia cumpre as regras do FMI [Fundo Monetário Internacional] e já foi usada antes", afirmou o porta-voz da Comissão Europeia Margaritis Schinas, em conferência de imprensa do executivo comunitário, em Bruxelas, numa referência ao caso da Zâmbia, em meados da década de 1980.
Schinas afirmou ainda que o recurso a esse mecanismo previsto das regras do FMI "não põe em causa a capacidade de um Estado-membro honrar as suas obrigações financeiras".
O porta-voz considera que adiar um pagamento ao FMI não se trata propriamente de uma inovação grega: "A decisão do governo para aglutinar os pagamentos de junho é algo que está em linha com as regras do FMI e já foi utilizada anteriormente".
Bruxelas diz ainda que está a dar tudo para encontrar soluções. "Continuamos a trabalhar para uma solução, dia e noite. 24 horas por dia, nos sete dias da semana. É possível progredir. Todos os elementos estão sobre a mesa, na sequência do encontro de segunda-feira, ao mais alto nível político, entre todas as instituições, em Berlim e do nosso encontro aqui [na Comissão Europeia], na quarta-feira. Esta é uma boa base para uma solução, fornecida pela concentração de todas as partes nas questões que permanecem por solucionar. A Comissão Europeia irá apoiar este processo", disse.
O FMI confirmou ontem a receção do pedido grego, que quer juntar as quatro prestações de junho e pagar apenas no final do mês. A Grécia devia pagar até esta sexta-feira à noite 305 milhões de euros ao FMI. O total dos quatro pagamento é de 1,5 mil milhões de euros.