Von der Leyen que “analisar a situação em conjunto para partilhar ideias” com comunidade ligada à agricultura para traçar o futuro do setor.
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen pretende apresentar uma proposta “com coesão mais amadurecida” sobre pesticidas e quer envolver os agricultores, políticos, cientistas e uma comunidade mais ampla que envolva também setor financeiro, produtores de sementes e de pesticidas, para debater o futuro do setor agrícola.
“Precisamos de analisar a situação em conjunto para partilhar ideias e, mais importante ainda, para desenvolver cenários para o futuro, precisamos de ultrapassar um debate polarizado e criar confiança”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, num debate, esta terça-feira, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Defendendo que “a confiança é a base fundamental para soluções viáveis”, Von der Leyen disse que Bruxelas convidou “um vasto leque de representantes dos setores agrícolas, os jovens agricultores, as comunidades rurais, a indústria das sementes e dos fertilizantes, o sector alimentar, o sector da transformação, mas também o setor financeiro, o sector bancário cooperativo, os consumidores e os grupos ambientais e, claro, a ciência”.
Numa altura em que o debate está polarizado, Von der Leyen considera que é preciso voltar ao diálogo e retomar a confiança e admite substituir a proposta que previa a redução para metade do uso de pesticidas na União Europeia, “com um conteúdo muito mais amadurecido e com as partes interessadas reunidas”.
Esta manhã Ursula von der Leyen anunciou que vai “propor ao colégio de comissários para retirar a proposta” de redução do uso de pesticidas em 50%.
“A Comissão propôs a DUS [Diretiva Utilização Sustentável dos Pesticidas] com o objetivo meritório de reduzir os riscos dos produtos fitofarmacêuticos químicos, mas a proposta tornou-se um símbolo de polarização”, afirmou a presidente da Comissão, lembrando que a directiva “foi rejeitada pelo Parlamento Europeu e também no Conselho já não se registam progressos”.
Afirmando a disponibilidade para trabalhar numa nova proposta com os agricultores, e toda a comunidade ligada ao sector, Ursula von der Leyen reconheceu o “trabalho árduo” dos agricultores, em condições quase sempre adversas. “Os agricultores são os primeiros a sentir os efeitos das alterações climáticas, as secas e as inundações destroem as colheitas e ameaçam o gado.
Os agricultores estão a sentir o impacto da guerra lançada pela Rússia, da inflação, do aumento do custo da energia e do aumento do custo dos fertilizantes. No entanto, trabalham arduamente todos os dias para produzir os alimentos de qualidade que consumimos. Por isso, penso que lhes devemos apreço, agradecimento e respeito”, afirmou.