Na sequência do incidente com o navio Aquarius, Bruxelas propõe um aumento do orçamento para as migrações,
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A Comissão Europeia propõe esta terça-feira que a rubrica do orçamento de longo prazo, dedicada às migrações, aumente para "quase o triplo", do orçamento atual, aproximando-se dos 35 mil milhões de euros.
O comissário europeu para as Migrações, Dimitris Avramopoulos considera que o acolhimento de migrantes é uma responsabilidade de toda a Europa e não apenas de Itália ou Malta e apela aos estados para colocarem mais dinheiro, para que se evitem novas tragédias como as de 2015.
"Propomos hoje praticamente o triplo das verbas para as migrações e gestão de fronteiras. Quase 35 mil milhões de euros, para o período entre 2021 e 2027, comparando com os 13 mil milhões do período anterior", defendeu.
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O comissário lembra os episódios ocorridos há três anos, quando várias centenas de pessoas morreram em naufrágios no mediterrâneo, para alertar para a urgência de uma situação que o incidente com o navio Aquários veio reavivar.
"Temos de estar preparados porque não teremos capacidade para uma repetição do que aconteceu em 2015. Nem politicamente, nem a nível financeiro", advertiu, afirmando ainda, em jeito de crítica aos países do leste da Europa, que ninguém está livre de responsabilidades na gestão dos migrantes.
"Ninguém acredite que é responsabilidade de Itália, de Malta ou de Espanha. É também um assunto europeu, que requer uma resposta europeia em todos os aspetos e de todos os Estados-Membros", disse, apelando aos Estados-Membros para encontrarem soluções de caráter estrutural.
"Precisamos de uma abordagem estruturada, com a qual possamos diminuir o número de pessoas de chegam de forma irregular, possamos destruir a rede de traficantes [de seres humanos], possamos facilitar formas legais de chegar [à Europa], bem como alojamentos. E, com a qual a solidariedade e a responsabilidade seja verdadeiramente partilhada entre os Estados Membros", defendeu.