O governo búlgaro decidiu hoje aumentar de 30 para 82 quilómetros uma vala que instalou ao longo da fronteira com a Turquia, para impedir a imigração ilegal, em particular de sírios que fogem da guerra civil.
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Em comunicado emitido depois da reunião do conselho de ministros, o governo anunciou a instalação da engenharia de «obstaculização», como se denomina a vala, dentro das «medidas urgentes» de resposta à pressão migratória.
O novo troço na fronteira, que passa a cobrir 82 dos 259 quilómetros de fronteira com a Turquia, vai custar 45 milhões de euros, adiantou posteriormente no parlamento o primeiro-ministro, Boiko Borisov.
«Este prolongamento é absolutamente necessário. Esta instalação vai diminuir em sete vezes a pressão migratória», afirmou Borisov, que insistiu na sua urgência.
O Ministério do Interior informou que nos últimos dois anos entraram no país, de forma irregular, cerca de 18 mil pessoas, provenientes principalmente da Síria, mas também do Iraque e Afeganistão, bem como do Magrebe e África subsariana. Nos centros de acolhimento búlgaros encontram-se 6.400 pessoas, na sua maioria sírias.
O troço existente da vala fronteiriça foi construído em meados de 2014 e a Bulgária deslocou um milhar de polícias para reforçar a vigilância da fronteira com a Turquia.
O Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Refugiados já criticou a Bulgária por não ser mais recetiva aos que fogem de conflitos armados e pelas más condições de acolhimento, bem como pela lentidão do processo burocrático com que se confrontam os que conseguem alcançar território búlgaro.