
O primeiro-ministro cabo-verdiano admitiu que a gravidez nas escolas em Cabo Verde é um problema «complexo» e que «há qualquer coisa a falhar», avisando que haverá «tolerância zero» para os professores que engravidem alunas.
Corpo do artigo
«É um problema complexo e devemos estar a falhar em algum lugar: no sistema educativo, nas famílias ou na sociedade em geral. Temos de procurar melhorar os níveis de socialização de informação e de dados e melhorar a educação sexual nos nossos estabelecimentos de ensino», afirmou José Maria Neves, citado pela agência Inforpress.
José Maria Neves, que não avançou o total de casos conhecidos, defendeu ser também necessário trabalhar mais com a comunidade educativa, com os pais e com a sociedade, pois trata-se de uma questão «grave» e que deve ser debelada nos estabelecimentos de ensino de todo o país.
«Em relação aos professores, os processos são céleres e o Ministério da Educação tem tomado medidas duras relativamente a atitudes e comportamentos dos professores. Mas haverá tolerância zero», afirmou o primeiro-ministro, realçando que já se têm tomado atitudes «muito firmes».
Em 2013, a questão foi levantada pela coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas (SNU) em Cabo Verde, Ulrika Richardson-Golinski, que disse à agência Lusa que a gravidez precoce afeta 24% das cabo-verdianas que engravidam anualmente, comprometendo o futuro e as oportunidades de educação das jovens mães.