A candidatura decorrerá na categoria cultural.
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A presidente do Instituto do Património Cultural anunciou esta quinta-feira em Cabo Verde que o país vai candidatar o antigo Campo de Concentração do Tarrafal à UNESCO. Um processo que envolve Portugal, Angola e a Guiné-Bissau e que Cabo Verde espera ter concluído até 2026.
A candidatura decorrerá na categoria cultural e será a primeira transnacional - ao juntar outros países - de um sítio africano. Para isso, o país já enviou um memorando de entendimento a Portugal, Angola e Guiné-Bissau que espera que seja assinado até 10 de maio, quando terminam as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril e do encerramento do Campo de Concentração do Tarrafal.
Os presidentes de Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau e Portugal, os quatro países de origem dos presos, celebram a 1 de maio os 50 anos da libertação do Tarrafal com uma placa memorial no local que assinala os nomes dos 35 mortos pela ditadura colonial portuguesa. A maioria dos mortos - 32 - eram portugueses que contestavam o regime fascista e foram presos na primeira fase do campo, entre 1936 e 1956.
O campo reabriu em 1962 com o nome de Campo de Trabalho de Chão Bom, destinado a encarcerar anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde e onde morreram dois angolanos e dois guineenses. Ao todo, mais de 500 pessoas estiveram presas no "campo da morte lenta".