O embaixador de Portugal no Egito diz que não sabe o que se vai passar no futuro após a violência que tomou conta do país na sequência da sentença contra membros de uma claque de futebol.
Corpo do artigo
O embaixador português no Egito considerou que a cidade do Cairo ficou «um bocado em estado de sítio», depois da sentença de morte dada contra elementos de uma claque que provocaram distúrbios num jogo de futebol, que acabaram com 74 mortos.
António Tânger Correia explicou que «vários grupos de jovens ocuparam algumas das principais vias de comunicação» da capital egípcia, «nomeadamente à volta da praça Tahrir» e em locais próximos da embaixada dos EUA e do Reino Unido.
«É um pouco imprevisível o que daqui para a frente se vai passar, que tipo de violência é que vai acontecer ou que tipo de ações vão ser tomadas, visto que durante o dia já houve várias ações violentas, nomeadamente contra polícia, ministérios e edifícios oficiais por todo o Egipto, não só no Cairo», adiantou.
Em declarações à TSF, o diplomata lembrou que o dia em Port Said foi «negro» e que os atos violentos nesta cidade onde 74 pessoas morreram no jogo de futebol tiveram origem em vários fatores.
Segundo Tânger Correia, explicou que o segundo aniversário da revolução contra Hosni Mubarak, as manifestações contra o presidente Mohammed Morsi e as sentenças contra os membros desta claque estiveram na origem destes problemas a que se junta a grave situação financeira e social do país.
«Todo este cocktail de fatores está a gerar alguma violência e a polícia não tem controlo da situação e os militares já afirmaram que se for preciso impor um recolher obrigatório fá-lo-ão», concluiu.