O primeiro-ministro britânico admitiu, esta quinta-feira, recorrer aos militares em novos distúrbios e disse que os 16 mil polícias vão manter-se na capital pelo menos até domingo.
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Na Câmara dos Comuns, David Cameron disse que o país está chocado e perante criminalidade pura que não tem qualquer desculpa.
«Não vamos tolerar isto no nosso país, não vamos aceitar uma cultura de medo nas nossas ruas, faremos o necessário para restabelecer a ordem e reconstruir a comunidade», assegurou.
David Cameron sublinhou que a polícia enfrenta um desafio único e a prioridade é manter as pessoas salvas. Pelo menos até ao fim-de-semana, 16 mil polícias vão continuar a vigiar as ruas da capital e os tribunais vão estar a funcionar durante a noite.
David Cameron garantiu que a polícia tem todos os meios de que necessita, sendo que quando acharem necessário podem recorrer ao apoio do exército.
«É responsabilidade do governo garantir que todas as contingências são acauteladas, inclusive se existem missões em que o exército pode intervir e assim libertar mais polícias para a linha da frente», disse.
Quanto às vítimas, o governo já tem disponível um fundo para ajudar na reconstrução dos edifícios danificados durante os distúrbios dos últimos dias.
«Criámos um fundo de dez milhões de libras para recuperar os edifícios destruídos, aprovámos um fundo adicional para tornar as áreas afectadas limpas de novo e seguras,. O governo dará alojamento de emergência às famílias que perderam as suas casas durante os distúrbios», acrescentou.
O governante rejeita qualquer ligação entre os tumultos dos últimos dias e a morte de Mark Duggan, que faleceu durante uma troca de tiros com a polícia.
O discurso no Parlamento terminou com a promessa de que ninguém irá ficar impune: «Vamos perseguir-vos, apanhar-vos, acusar-vos e castigar-vos. Vão pagar pelo que fizeram».
O executivo britânico está a trabalhar com a polícia e com os serviços de inteligência formas de evitar que os elementos destes gangues comuniquem entre si.