O primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez hoje um apelo de última hora aos eleitores escoceses para que digam "não" à independência no referendo marcado para a próxima semana.
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Num artigo publicado no jornal Daily Mail, antes de uma visita à Escócia, Cameron adverte os escoceses para o «salto no escuro» que a independência representa.
No texto, Cameron escreve que «o Reino Unido é precioso e especial. Isso é o que está em jogo. Por isso, não se deixe que alguém na Escócia tenha qualquer dúvida: Nós queremos desesperadamente que fiquem; não queremos que esta família de nações seja dividida em partes».
Mais à frente , o primeiro-ministro britânico considera ainda que «se o Reino Unido se partir, parte-se para sempre. Por isso, a vossa escolha é clara: um salto para o escuro com o voto no "sim" ou um futuro mais brilhante para a Escócia através do voto no "não". Podemos ter o melhor dos dois mundos no Reino Unido».
David Cameron afirmou ainda que ao votarem "não", os escoceses vão estar a escolher permanecer na união, mas com maiores poderes descentralizados para o parlamento de Holyrood sobre empréstimos, impostos e gastos.
O líder do Partido Conservador disse apoiar um calendário para a transferência de poderes delineado pelos três principais partidos unionistas em resposta à onda de apoio à independência.
O partido de Cameron não é popular na Escócia - tem apenas um assento no parlamento num total de 59 -, pelo que o primeiro-ministro tem mantido uma postura discreta ao longo da campanha até à surpreendente sondagem que colocou os apoiantes da independência à frente nas intenções de voto pela primeira vez.
Os media britânicos avançaram a possibilidade de o primeiro-ministro britânico ser forçado a renunciar ao cargo caso falhe em travar a saída da Escócia.
O chefe do governo britânico, David Cameron, o vice-presidente do Executivo, o liberal-democrata Nick Clegg e o líder do Partido Trabalhista, Ed Miliband, anunciaram que vão faltar à tradicional sessão de perguntas ao Governo para ir à Escócia para tentarem convencer os escoceses a permanecer no Reino Unido.
A viagem à Escócia tem como objetivo dar um impulso à campanha pelo 'não' à independência, quando faltam apenas oito dias para o referendo sobre a independência da Escócia, numa altura em que as sondagens favorecem os partidários da separação.