O Canadá condenou, este domingo, as eleições no Zimbabué como «ilegítimas» e anunciou diversas novas sanções contra a elite política do país, ao mesmo tempo que Robert Mugabe tomava pose e iniciava mais um mandato presidencial.
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O ministro canadiano dos Negócios Estrangeiros, David Emerson, disse que «o uso sistemático de violência e intimidação representa uma grave violação dos Direitos Humanos e dos princípios democráticos».
«Os cidadãos do Zimbabué viram negada a oportunidade de dar forma ao seu futuro através de eleições livres e justas e mantêm-se em perigo constante de intimidação, de serem feridos e de perda de vidas», acrescentou.
O ministro afirmou que o Canadá recusa considerar o resultado das eleições de 27 de Junho como estando conformes a «qualquer norma razoável de democracia» nem considera a vitória de Mugabe como «um resultado credível».
«Esta “eleição” é ilegítima e não será aceite pelo governo do Canadá», garantiu Emerson.
O governo canadiano anunciou também novas sanções contra o Zimbabué, incluindo restrições de viagem a aplicar aos altos responsáveis governamentais, militares e da polícia do país, bem como aos seus familiares.
Otava vai também limitar os direitos de utilização de aeroportos e do espaço aéreo canadiano a aviões registados no Zimbabué.
Robert Mugabe, único candidato a disputar na sexta-feira a segunda volta das eleições presidenciais, foi reeleito com 90 por cento dos votos, depois de o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, ter desistido devido à campanha de intimidação, violência e mortes desencadeada contra os seus apoiantes.
Mugabe tomou hoje posse em Harare e fez um apelo à «unidade», numa declaração de vitória que o Movimento para a Mudança Democrática, na oposição, classificou como uma «piada».