Sobre estas eleições presidenciais, cuja primeira volta se realiza esta quarta e quinta-feira, a investigadora Ana Santos Pinto lembrou que o «Islão político» faz parte da estrutura social egípcia.
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A investigadora Ana Santos Pinto considera que pelo menos um dos candidatos islamistas está em condições para passar à segunda volta das presidenciais egípcias.
«Pelo menos um dos candidatos islamistas certamente passará à segunda volta e temos de conviver com essa realidade. A comunidade internacional terá de conviver com as forças islamistas no terreno, mais moderadas, mais radicais», frisou.
Para esta investigadora, se as eleições que se realizam esta quarta e quinta-feira forem livres e justas «devemos esperar que os egípcios demonstrem nas eleições a representação da sua estrutura social e o Islão político faz parte disso».
Esta investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais lembrou ainda que os dois atos eleitorais realizados até agora no Egito após a queda de Hosni Mubarak «não foram representativas para as pessoas».
Por outro lado, diz Ana Santos Pinto, com a eleição do presidente, «símbolo do sistema político no Egipto», os egípcios podem «sentir que podem verdadeiramente mudar a figura de Mubarak e a estrutura que está no topo da pirâmide do Antigo Regime».
«Isso leva-me a crer que pode existir uma participação importante nestas eleições. Se isso não acontecer, significa que este ato eleitoral e quem dele resultar como vencedor, não tem a legitimidade política que os egípcios esperaram no momento das manifestações na praça Tahrir», concluiu.