Milhares de pessoas continuam a manifestar-se nas ruas contra o golpe militar.
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Pelo menos dois dos manifestantes que se juntaram em Mandalay em protesto contra a junta militar morreram este sábado após a polícia birmanesa ter disparado munições reais, informa a imprensa local.
A carga policial acontece um dia depois da morte de Mya Thwate Thwate Khaing, de 20 anos, baleada na cabeça no dia 9 durante um protesto contra o golpe de Estado em Myanmar (Birmânia), que se tornou a primeira vítima mortal desde o golpe de Estado em 01 de fevereiro.
Segundo a agência France-Presse, centenas de polícias foram chamados para o local da manifestação, realizada num estaleiro naval da segunda maior cidade do país, fazendo aumentar os receios de detenção entre os manifestantes.
Numa tentativa de evitar detenções, os manifestantes bateram em panelas, mas acabaram por não conseguir evitar a carga policial, com as autoridades a efetuarem disparos, segundo relata um jornalista da AFP presente no local.
"Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas", referiu esta fonte não precisando se foram usadas munições reais ou balas de borracha.
À mesma agência noticiosa, pessoal médico indicou a existência de "pelo menos seis feridos" e afirmou que foram usadas munições reais.
Os médicos indicaram ter recebido, para tratamento, seis homens com ferimentos de bala, dois dos quais com gravidade.
O golpe militar, no dia 1 de fevereiro, atingiu a frágil democracia da Birmânia, depois da vitória do partido de Aung Sang Suu Kyi nas eleições de novembro de 2020.
Os militares tomaram o poder alegando irregularidades durante o processo eleitoral do ano passado, apesar de as autoridades eleitorais terem negado a existência de fraudes.
Desde então, milhares de pessoas têm-se manifestado contra o golpe militar, sobretudo na capital económica, Rangum, e em Mandalay.