Carles Puigdemont vai ser candidato à presidência do Governo da Catalunha? Decisão é conhecida esta quinta-feira
As eleições são em maio, data em que a lei de amnistia ainda não deve estar em vigor.
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Carles Puigdemont poderá ser candidato à eleições da Generalitata da Catalunha no próximo 12 de maio. O líder do Junts per Catalunya desfaz as dúvidas esta tarde, num ato onde será acompanhado pela cúpula do partido e num momento em que a lei de amnistia segue os trâmites para a sua aprovação.
O anúncio vai ser feito na localidade de Elna, na fronteira francesa, porque Puigdemont tem um mandato de captura do Tribunal Supremo espanhol que o impede de entrar no país. A lei de amnistia pode abrir a porta ao regresso do líder independentista, mas a aprovação da norma só deve acontecer lá para junho ou julho.
No entanto, nada impede que Puigdemont seja o candidato às eleições antecipadas da Catalunha. Se decidir avançar, fica por saber se fará a campanha de maneira presencial, com o risco de ser detido, ou de forma telemática, a partir de Bruxelas.
O lugar escolhido para fazer o anúncio não foi fruto do acaso: Elna é uma localidade no sul da França, com profundos laços históricos com a Catalunha. Ali se exilaram muitos catalães durante a Guerra Civil espanhola e a localidade serviu ainda de esconderijo a várias das urnas que foram usadas no referendo ilegal de 1 de outubro de 2017.
O Junts per Catalunya está à procura de um “efeito Puigdemont” para impulsionar o partido nestas eleições e conseguir mudar a tendência das sondagens, que por agora dão a vitória ao socialista Salvador Illa e o segundo lugar aos também independentistas do Esquerda Republicana.
A oposição acusa o partido de Puigdemont de não ter propostas políticas nem soluções para a Comunidade Autónoma e de se servir da figura do líder foragido a única carta que têm para tentar vencer.
As eleições foram convocadas esta semana, depois de Pere Aragonès, presidente da Generalitat, ter visto o parlamento catalão chumbar o orçamento da região.
Inicialmente, Puigdemont queria deixar para o Verão a decisão de voltar a Espanha e ser candidato à Generalitat da Catalunha, quando a lei de amnistia já estivesse em vigor, mas a antecipação das eleições, que estavam programadas para o ano que vem, obrigou-o a mudar de planos.
