Carta aos reis magos pode levar PP a ser acusado de desejar a morte de Pedro Sánchez
Polémica estalou em Espanha depois de um tweet em que o Partido Popular partilhou o vídeo de um humorista.
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O aproveitamento que o Partido Popular (PP) fez de um vídeo humorístico em Espanha pode ter colocado o partido em maus lençóis. A vice-presidente do Governo espanhol, Carmen Calvo, pediu à ministra da Justiça, Dolores Delgado, que envie à Fiscalía General del Estado um tweet publicado pela conta oficial do PP para que se determine se o mesmo constitui, ou não, um delito.
No centro do celeuma está o conteúdo do tweet: o PP partilhava um vídeo, da autoria do humorista Ignacio de la Puerta, que retratava o pedido de uma criança aos Reis Magos, entidades que entregam as prendas às crianças na tradição espanhola.
Na carta do menino lê-se: "Queridos Reis Magos: a minha cantora favorita era a Amy Winehouse e vocês levaram-na. O meu ator favorito era Robin Williams e levaram-no. O meu humorista favorito era Chiquito de la Calzada e também o levaram". Até aqui, tudo soa a uma mensagem normal - ainda que algo sombria - com a sinceridade de uma criança. É na passagem que se segue que está a origem da polémica: "Só vos escrevo esta carta para dizer-vos que o meu presidente favorito é Pedro Sánchez."
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O tweet já foi apagado mas a Internet não perdoa e o El País guardou uma imagem da mensagem. Os partidos também não perdoaram e já reagiram, começando pelos socialistas, que condenam a publicação do tweet: "Felizmente, os partidos políticos fazem algo mais do que desejar a morte ao presidente do Governo. O PSOE condena e exige a retirada do tweet", informaram através da mesma rede social.
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Também o secretário do Podemos, Pablo Echenique, abordou a polémica: "os que enchem a boca com tradições cristãs acabam por denegri-las, usando-as para odiar e desejar a morte aos seus adversários políticos."
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O PP já se retratou, pedindo desculpa pela mensagem publicado: "apagamos e pedimos desculpas pelo tweet anterior. Não era nossa intenção ofender nem desejar mal a ninguém. Foi um erro."
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