Dupla lesava contas bancárias destinadas a vítimas das enchentes. Polícia já investigou mais 60 casos de burla na Operação Dilúvio Moral
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José Aldanísio apresenta-se como ator, comediante, recitador e interessado em cinema e TV e Regina Jorge como atriz, apresentadora e influenciadora. O último papel de ambos na vida real, entretanto, foi desviar para o próprio bolso verbas destinadas aos atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Segundo a polícia, Aldanísio e Regina, os dois com 50 anos, criaram 235 chaves falsas de PIX, a versão brasileira do MBWay, contou à imprensa o delegado de Crimes Informáticos e Defraudações do Rio Grande do Sul, João Vitor Heredia.
A dupla, que mora no estado do Ceará, a milhares de quilómetros do local da tragédia, criava contas bancárias com documentos falsos. Em seguida, procurava nas redes sociais campanhas que realmente tinham como finalidade a arrecadação de fundos para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, entretanto, com as contas falsas, criava centenas de senhas MBWay e divulgava campanhas de doações reais, mas alterando a senha, apenas um ou dois dígitos, para enganar os doadores, e assim fazer com que o dinheiro caísse nas contas falsas.
Paola Saldívia e Deise Falci, duas influenciadoras que criaram contas verdadeiramente de apoio aos animais de estimação vitimados na tragédia, foram algumas das lesadas por Aldanísio e Regina.
Foi a partir dos relatos de que muitas das contribuições enviadas para Saldívia e Falci não chegavam ao destino, que a polícia começou a atuar, a investigar e chegou à dupla de atores cearenses. A Operação chama-se Dilúvio Moral, que já analisou outros 60 casos de fraudes, retirou do ar 71 páginas, contas e publicações criminosas e instaurou cerca de 30 inquéritos de desvio de verbas destinadas ao sul do Brasil.
Aldanísio e Regina encaram agora o palco da prisão.
