Empregada de mesa recebe de um cantor de sertanejo amigo um carro que quase é roubado no dia seguinte, não fossem os assaltantes expulsos à pancada
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Desigualdade social, bom coração, violência, desleixo das autoridades – eis o Brasil numa história só.
Luísa Alexandra é garçonete, isto é, empregada de mesa de um bar em Uberlândia, em Minas Gerais, aonde foram um cantor de sertanejo de sucesso, a família e os amigos, na semana passada.
Encantado com o atendimento de Luísa e comovido por saber do esforço que ela fazia para ir trabalhar todos os dias, o artista transferiu-lhe ali mesmo o equivalente a quase três mil euros para ela comprar uma moto nova.
Com o dinheiro em mãos, ela e o marido, Fênix, compraram então não uma moto, mas um carro no dia seguinte. Quando foram dar uma volta ao quarteirão no carro novo, Luísa e Fênix foram então surpreendidos por uma dupla de assaltantes.
Ao perceber que a dupla estava desarmada, Luísa começou a bater num deles, no que foi acompanhada por Fênix, que, aos socos, pontapés e voadoras e bem assessorado pela mulher, dominou os criminosos.
“Fizemos ping pong, eu batia num e ele noutro, depois trocávamos”, disse ela, que defendeu o carro com unhas e dentes por não ter ainda sequer seguro.
Resultado: os assaltados ficaram com o carro e os assaltantes perderam até os capacetes no meio da pancadaria.
Logo depois, Luísa e Fênix foram apresentar queixa, mas a esquadra estava fechada. No dia seguinte, estava aberta, mas a polícia desinteressou-se do assunto.
“Não se deve reagir a assalto”, admite Luísa, “mas se não o tivéssemos feito estávamos agora sem carro”.
