Caso Isabel dos Santos. Ana Gomes quer punição exemplar por "crimes contra Portugal"
Para a ex-eurodeputada, Portugal deve "ajudar Angola a recuperar esses ativos", mas "há muitos cúmplices e muitos advogados pagos que vão levantar todo o tipo de obstáculos".
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Ana Gomes considera que "nos envergonha a todos" que Portugal seja visto no mundo inteiro como uma "lavandaria da cleptocracia angolana". Na perspetiva da ex-eurodeputada, o esquema montado por Isabel dos Santos contou com a "conivência, cumplicidade e omissão de muitos portugueses, não só de indivíduos como de empresas e partidos políticos".
"Depois do irritante, o envergonhante." Ouvida no Fórum TSF, Ana Gomes responsabiliza o Estado e alega que uma "relação com Angola não pode ser feita às custas da miséria do povo angolano". A ex-eurodeputada fala mesmo de uma "espoliação" comparável a uma espécie de "colonização" ou de políticas "neocolonizadoras".
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Ana Gomes defende que se impõe "identificar os responsáveis pela criminalidade que tem Portugal como ponta de lança para poder lavar o dinheiro e pô-lo fora de Angola".
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Para a ex-eurodeputada, Portugal deve "ajudar Angola a recuperar esses ativos", mas "há muitos cúmplices e muitos advogados pagos que vão levantar todo o tipo de obstáculos".
Por isso, argumenta Ana Gomes, a "vontade politica do Estado português é essencial" para que se possa "punir exemplarmente os responsáveis".
Estes "são crimes contra Portugal e contra os interesses portugueses", aponta também. Muito crítica da influência de Isabel dos Santos nas relações diplomáticas entre os dois países, Ana Gomes sublinha que esta união "não pode construir-se na base da pilhagem de recursos que deveriam ser colocadas ao serviço do povo angolano", já que tal "complica as relações entre os dois países".
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A ex-eurodeputada acredita que a descoberta do Luanda Leaks "envergonha-nos a todos", porque agora "somos vistos no mundo inteiro como uma lavandaria desta cleptocracia".
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Identificar e perseguir os responsáveis é essencial, de acordo com Ana Gomes, que insta os líderes políticos e os representantes judiciais a "agir por todas as vias" para punir os envolvidos, numa ação que, admite, exige "coragem e ética".
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