"A União Europeia tem de deixar de olhar para o outro lado", disse o presidente do governo catalão. A carga policial durante o referendo fez 893 feridos, segundo a Generalitat.
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O presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, insistiu esta sexta-feira no pedido de uma "mediação internacional" para o conflito catalão e exigiu a "retirada de todos os efetivos policiais" enviados para a região para impedir o referendo independentista.
Após uma reunião extraordinária do executivo catalão, convocada na sequência dos acontecimentos ocorridos este domingo na Catalunha, Puigdemont denunciou os "graves atos de violência" protagonizados por "comandos de medo" da Polícia Nacional e da Guardia Civil deslocadas para todo o território da Catalunha.
O governante catalão considerou que a mediação internacional pode ter origem em distintos fóruns especializados na resolução de conflitos, mas considerou evidente que a União Europeia (UE) "deve apadrinhar" este processo.
Para Puigdemont, a UE tem de "deixar de olhar para o outro lado" perante o que disse serem as "violações" da carta europeia de direitos fundamentais, alegando que a questão já não se trata apenas de um assunto interno, mas de "um assunto europeu".
Segundo a Generalitat, 893 pessoas foram feridas nas cargas policiais durante o referendo sobre a independência da Catalunha, no último domingo.