O Ministério de Interior espanhol apelou à tranquilidade nas ruas e pediu a colaboração dos catalães para que as forças de segurança possam pacificamente cumprir a ordem judicial.
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"A atuação da @polícia e da @guardiacivil visa a apreensão, com proporcionalidade, do material eleitoral", diz o ministério na sua conta do Twitter, onde também apelou à tranquilidade.
Na mensagem, o ministério pede "colaboração e respeito" nos colégios eleitorais para que as autoridades possam cumprir essa ordem judicial de forma pacífica.
O Governo defendeu hoje a atuação "absolutamente profissional e moderada" das forças de segurança do Estado para impedir o referendo, convocado pelo governo regional e considerado ilegal pelo Governo de Madrid.
A Catalunha vive hoje um dia de tensão, com os catalães apoiantes da independência da região a tentarem votar num referendo suspenso no início do mês pelo Tribunal Constitucional espanhol e as autoridades de Madrid a tentarem impedir a realização do ato eleitoral com milhares de agentes da polícia e Guardia Civil na rua.
Centenas de eleitores, na sua esmagadora maioria pró-independência, começaram ainda de madrugada a formar filas em frente às escolas onde foram instaladas assembleias de voto -- ocupadas há dois dias por populares que queriam garantir a votação de hoje - para evitar que estes fossem fechados pela polícia.
Os Mossos d'Esquadra (polícia catalã) fecharam dezenas de colégios eleitorais em toda a Catalunha, embora em alguns locais se tenham limitado a registar a concentração popular e saído sob aplausos da população.
Já a Polícia Nacional e a Guardia Civil protagonizaram momentos de tensão ao tentar impedir o referendo, tendo mesmo ocupado o pavilhão desportivo da escola em Girona onde deveria votar o líder da 'Generalitat', Carles Puigdemont, e detido vários manifestantes.
Os opositores à independência, que os estudos de opinião indicam serem maioritários, não participaram na campanha eleitoral nem irão votar, para não darem credibilidade a uma consulta que o Estado espanhol considera ser ilegal.
O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu no início de setembro, como medida cautelar, todas as leis regionais aprovadas pelo Parlamento e pelo Governo da Catalunha que davam cobertura legal ao referendo de autodeterminação convocado para hoje.
Os partidos separatistas têm uma maioria de deputados no parlamento regional da Catalunha desde setembro de 2015, o que lhes deu a força necessária, em 2016, para declararem que iriam organizar este ano um referendo sobre a independência, mesmo sem o acordo de Madrid.