Protestos de diferentes dimensões decorreram hoje em frente a autarquias das capitais de província espanhola para denunciar o que dizem ser a "mutilação" de Espanha que pretendem os que apoiam a consulta independentista catalã.
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As concentrações, que decorreram de forma simultânea à mesma hora, foram convocadas pelo movimento "Livres e Iguais", através das redes sociais.
Em cada um dos protestos foi lido o mesmo manifesto em defesa da constituição e da unidade de Espanha e exigindo ao Governo espanhol "firmeza" na defesa da cidadania comum de todos os espanhóis.
Numa referência à consulta independentista de domingo na Catalunha, o texto denuncia o que diz ser um «ato simulado de democracia» que «mutila» os direitos políticos dos cidadãos.
Em Barcelona, a concentração decorreu na Praça Sant Jaume, partilhada pelo Palau da Generalitat e pela autarquia, tendo participado representantes de várias forças contra a consulta, nomeadamente Partido Popular (PP), Ciutadans (Cs), União Progresso e Democracia (UPyD) e o recém-criado VOX.
Em Madrid, cerca de 200 pessoas reuniram-se na Praça Cibeles, em frente à autarquia, tendo participado individualidades como o Prémio Nobel Mario Vargas Llosa e vários dirigentes políticos.
Para Vargas Llosa a consulta é «um atropelo» e uma «violação» da lei que requer uma resposta da sociedade civil em defesa da unidade de Espanha, da democracia e da legalidade, algo que «está em perigo».
As concentrações decorreram sem qualquer problema, apesar de alguma tensão em Barcelona, porque quando o protesto estava a terminar chegou à praça um grupo de pessoas com bandeiras bascas e catalãs, que viajou do País Basco para apoiar a consulta.
Troca de insultos e alguns empurrões levaram agentes da polícia regional (Mossos d'Esquadra) a criarem um cordão entre os dois grupos, que dispersaram sem mais incidentes.