Advogado da eurodeputada considera que a decisão tem "lógica implacável".
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A antiga vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili deixa esta tarda o regime de prisão preventiva a que se encontra sujeita desde dezembro. A eurodeputada grega vê assim aliviada a medida de coação, mas permanecerá sob vigilância eletrónica com a liberdade condicionada, no âmbito do Catargate.
Ao fim de quatro meses em prisão preventiva, a antiga vice-presidente do Parlamento Europeu será vigiada pelas autoridades através de pulseira eletrónica,
A eurodeputada foi detida em dezembro, na sequência de um escândalo por suspeitas de viciação de votos e de posições políticas favoráveis ao Catar no Parlamento Europeu.
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Numa breve declaração ao Jornal Le Soir, que "confirma a informação", o advogado de Eva Kaili, o belga flamengo Sven Mary não se alonga em comentários, dizendo apenas que é "uma decisão de uma lógica implacável".
Sven Mary é um advogado conceituado na Bélgica, que se tornou mais conhecido internacionalmente por ser o primeiro defensor de Salah Adeslam. Mas já tinha na carteira processos como o de Marc Dutroux, o belga que se encontra em prisão solitária desde 1996 depois de reincidir no crime de violação e assassinato de menores.
O causídico é conhecido no meio judiciário belga como o advogado dos "maus da fita".
A decisão de colocar Eva Kaili sob vigilância eletrónica acontece um dia depois de o juiz de instrução Michel Claise ter colocado o eurodeputado Marc Tarabela em liberdade condicional.
O principal suspeito, António Panzeri deixou a cadeia há cerca de uma semana, e o companheiro de Eva Kaili, Francesco Georgi deixou a prisão há quase dois meses.
Os principais suspeitos do caso que envolve gratificações em dinheiro para viciar decisões no Parlamento europeu a favor do Catar vão ficar sujeitos a vigilância com pulseira eletrónica.