A coordenadora do BE considera que a extrema-direita só se derrota com um "projeto alternativo".
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"Esta é uma batalha que vamos ter já a seguir. Foi importante que Marine Le Pen não tenha ganho as eleições e acho que a esquerda em França fez o que devia fazer para derrotar Le Pen, mas não deixa de ser preocupante e também um sintoma do que é a Europa hoje e porque tantos votos foram para a extrema-direita", afirmou a candidata no final de uma visita ao Hospital de São José, em Lisboa.
Num comentário à vitória de Emmanuel Macron nas presidenciais francesas, Catarina Martins diz que os europeus devem estar satisfeitos com a derrota de Marine Le Pen, mas não deixa de lembrar que foram as políticas como as que são defendidas pelo vencedor das eleições que levaram os franceses a permitir que a candidata da Frente Nacional conseguisse alcançar uma votação tão expressiva.
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Por isso, Catarina Martins insiste em mudanças profundas em França e na União Europeia, com o fim daquilo que apelida ser um "sistema financeiro predador".
"Esta segunda volta das eleições francesas teve a grande vantagem de afastar o fascismo, a xenofobia da presidência da França. Agora está tudo por fazer, porque Emmanuel Macron é o sistema financeiro. É mais do mesmo e, por isso, para travar a extrema-direita, o que a Europa precisa é de uma política diferente que fale pelo emprego, pelos direitos dos cidadãos e cidadãs", disse a coordenadora do BE.
Aos jornalistas, a bloquista - ao lado do candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Lisboa, Ricardo Robles - disse ainda que o centrista é um "banqueiro que tem um projeto de desregulação das relações laborais e de massivas privatizações e liberalizações em França" e que "é muito importante que a esquerda apresente um projeto alternativo".