O chefe de Estado não percebe o adiamento do Conselho Europeu de 17 para 23 de Novembro e a realização de uma outra reunião apenas três dias depois deste conselho.
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O Presidente da República lamentou, este sábado, o sucessivo adiamento de uma solução para a crise na Europa e criticou a alteração da data do Conselho Europeu, marcado para domingo, e a marcação de um novo encontro para quarta-feira.
«Estou desapontado com a cacofonia e ziguezagues que nos últimos dias se manifestaram de tal forma que primeiro tínhamos um Conselho Europeu no dia 17, que passou para o dia 23 e que pode ter lugar no dia 23, mas ocorrerá outro dia 26», lembrou Cavaco Silva.
O chefe de Estado recordou que no encontro de quarta-feira «está sobre a mesa um alargamento, segundo o que se diz, da reestruturação da dívida grega que já tinha sido decidido no dia 21 de Julho numa redução de 21 por cento».
«Agora fala-se em percentagens maiores, mas apenas resta-me aguardar pelas decisões que vão ser tomadas pelos líderes europeus amanhã e quarta-feira», adiantou Cavaco Silva, à margem da entrega de um prémio literário da Associação Portuguesa de Escritores.
Cavaco Silva disse ainda esperar que os «líderes europeus estejam à altura da sua responsabilidade e dêem de facto uma resposta adequada a uma situação que está a colocar a Europa numa situação muito negativa face à comunidade internacional».
«Há dias os homens do G20 diziam: 'líderes da Europa, arrumem a casa», sublinhou Cavaco, que voltou a defender que a reestruturação das dívidas «nunca é uma boa solução».
O Presidente da República espera que «Portugal nunca nunca venha a encontrar-se nessa situação» e explicou que se «está a tentar uma reestruturação voluntária que implica uma certa adesão dos bancos internacionais».
«Existe uma personalidade, que é o presidente do Instituto Financeiro Internacional, que está a tentar fazer a negociação e não sabemos qual vai ser o resultado final», concluiu.