O Presidente da República considerou um dever de todos apoiarem os «processos de transformação» em curso nos países do Norte de África e Médio Oriente, contribuindo para a edificação de sociedades livres.
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«As revoltas populares que eclodiram em 2011 e que originaram um conjunto de transformações nos países do Norte de África e Médio Oriente vieram reforçar a consciencialização do grau de interdependência que caracteriza a realidade contemporânea, a nível global», afirmou o chefe de Estado, numa intervenção na cerimónia de entrega do Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa, que decorreu na Assembleia da República.
Sublinhando a necessidade de promover os valores inscritos na matriz fundadora do Centro Norte-Sul e do Conselho da Europa «num contexto em que emergem novas fontes de instabilidade», Cavaco Silva reforçou a importância de apoiar os processos de transformação em curso.
«É dever de todos os que partilham os valores em que assenta o Conselho da Europa apoiar os processos de transformação em curso, contribuindo para a edificação de sociedade onde os cidadãos possam exercer livremente os seus direitos e aspirar a um futuro de liberdade e de bem-estar», frisou.
Na sua intervenção, o Presidente da República falou das personalidades distinguidas este ano com o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa - o chefe de Estado da Sérvia Boris Tadic e a jornalista e ativista dos direitos humanos tunisina Souhayr Belhassen - lembrando a forma como, em contextos diferentes, contribuíram para o aprofundamento democrático e para o reconhecimento das liberdades e dos direitos individuais.
«As mudanças políticas e sociais que vêm tendo lugar na vizinhança sul do mediterrâneo muito devem ao inconformismo de pessoas como a senhora Souharyr Belhassen, para quem o exercício da liberdade e da pluralidade de opiniões, por mais difíceis que sejam as circunstâncias, será sempre um direito inalienável e um ato de cidadania», destacou.
Sobre o seu homólogo sérvio, o chefe de Estado recordou o «longo percurso de vida de luta pela liberdade, pela democracia e pelo reconhecimento dos direitos humanos», a militância ativa contra o autoritarismo e a defesa de uma cultura de tolerância, respeito pelas liberdades individuais e pelo pluralismo.