Cavaco Silva na sua última Cimeira Ibero-Americana defende "Erasmus" entre países membros

As cimeiras vão passar a ser mais espaçadas, de dois em dois anos, e Cavaco Silva já não será presidente em 2016.

Na hora da despedida, Cavaco Silva defendeu maior mobilidade para estudantes, professores e investigadores entre os diversos países da comunidade. O Presidente da República é o único chefe de Estado que em 1991, então como primeiro-ministro, esteve na cimeira fundadora da Comunidade Ibero-Americana. As cimeiras vão passar a ser mais espaçadas, de dois em dois anos, e Cavaco Silva já não será presidente em 2016.

Assumindo a emoção da despedida, Cavaco Silva falou nesta aposta na mobilidade académica como uma chave para o futuro. A ideia deverá constar hoje da declaração final da cimeira de Veracruz. Uma espécie de Programa Erasmus, revisto e aumentado, para a comunidade ibero-americana. O Presidente da República concorda e diz que «é fundamental que a inovação, a par da educação, se constitua como instrumento para a redução das assimetrias sociais».

Cavaco Silva falava no México que integra um continente com mais de 70 milhões de analfabetos, mas com resultados para apresentar. Entre os 15 e os 24 anos, 98% da população da América Latina sabe ler e escrever e 95% tem acesso ao ensino básico. O chefe de Estado português diz que passa por aí o combate à desigualdade.

Cavaco Silva falou despido do fato e da gravata, só com uma Guayabera, uma camisa branca, tradicional nesta zona do Caribe e da América Central. Passos, ao lado, também vestia de branco. O desafio foi lançado por Enrique Peña Nieto, anfitrião da cimeira. Nem todos as vestiram.

Na abertura dos trabalhos da XXIV Cimeira Ibero-Americana, o presidente do México Enrique Peña Nieto, fez um cumprimento especial a Cavaco Silva. «Entre os que estamos aqui sentados à mesa, é o único que esteve, enquanto primeiro-ministro, na reunião fundadora. Por isso, destaco a presença do senhor presidente de Portugal».