Cerca de uma centena de pessoas estão dadas como desaparecidas depois de um naufrágio, na República Centro-Africana. Um oficial da marinha do país disse à agência France Press que o barco se afundou, depois da explosão do motor, que causou um incêndio.
Corpo do artigo
O barco partiu da capital, Bangui, na segunda feira, com perto de 100 passageiros a bordo.
O fogo fez com entrassem em pânico, tentado saltar para fora. A embarcação acabou por se afundar. Nada se sabe ainda sobre o que aconteceu a estas pessoas.
O naufrágio ocorreu perto da localidade de Modalé, a 125 quilómetros de Bangui, depois da explosão do motor da embarcação, que provocou um incêndio a bordo, explicou à agência noticiosa AFP um responsável da força naval centro-africana, que pediu o anonimato.
As autoridades centro-africanas acrescentaram que o naufrágio da barcaça - um tipo de embarcações que na África Central é designado de baleeira - aconteceu na segunda-feira, mas só hoje foi conhecido.
Num país destruído, desde 2013, pelas violências intercomunitárias e onde os poderes administrativos abandonaram regiões inteiras, a falta de meios impediu os serviços estatais de enviar qualquer tipo de socorro para ajudar os passageiros da "Nova Jerusalém", que saiu o porto fluvial de Bangui para descer o rio.
«Pelo menos 80 pessoas entraram (na barcaça) em Bangui. Outras entraram ao longo do percurso, o que eleva a mais de 100 o número de passageiros", disse a mesma fonte, acrescentando que "foi depois de Modalé, aldeia situada a 125 quilómetros a jusante de Bangui, que o motor se incendiou e explodiu, por razões ainda desconhecidas. As chamas propagaram-se a toda a embarcação, obrigando os passageiros a lançarem-se ao rio, sem meios de salvamento», acrescentou.
Até agora, «só um corpo, uma criança, foi retirado das águas e transferido para Bangui, juntamente com a mãe, uma das raras pessoas que se salvou. É difícil determinar o número exato de desaparecidos. Não há nenhuma equipa de socorro», sublinhou.
As más condições da rede rodoviária centro-africana, com estradas impraticáveis durante a estação das chuvas, tornam a navegação fluvial um dos principais meios de transporte no país.
As baleeiras percorrem o Ubangui e os rios centro-africanos. São, normalmente, equipamentos velhos e em mau estado, frequentemente sobrelotados de passageiros, mercadorias e gado.
A navegação noturna é proibida, por razões de segurança, mas as barcaças não param ao pôr do sol.
Em setembro passado, pelo menos 80 pessoas desapareceram num naufrágio no rio M'poko, a sul de Bangui.