A Marselhesa, leituras de cartas de soldados franceses que combateram na Primeira Guerra Mundial ou ainda um minuto de silencio, foram alguns momentos que marcaram a cerimonia no centenário do Armistício, nos Campos Elísios.
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Mais de 70 chefes de Estado e do governo estiveram reunidos este domingo em Paris para celebrar o centenário do armistício da Grande Guerra, celebrações fora das normas habituais e nas quais Emmanuel Macron aproveitou para destacar o multilateralismo nas relações internacionais.
No discurso do Presidente francês, Emmanuel Macron, lembrou que "a 11 de Novembro de 1918, pelas 11 horas, há 100 anos, houve um cessar fogo e os sinos tocaram. Foi o Armistício. Foi o fim de quatro longos e terríveis anos de combates assassino".
Num discurso que durou 16 minutos, o Presidente francês nāo lembrou humilhações dos vencidos, mas foi um discurso no qual insistiu na construção da paz duradoura no futura. Macron disse saber "que os demónios do passado podem regressar, prontos a cumprir as melhores obras de caos e mortes. As novas ideologias manipulam as religiões, e defendem um obscurantismo contagioso. A Historia ameaça por vezes de retomar o curso trágico e de comprometer as nossas heranças de paz que julgávamos definitivas", numa mensagem claramente dirigida aos líderes internacionais presentes.
"Adicionemos esperanças em vez de combater medos" lançou Emmanuel Macron aos dirigentes e aproveitou o momento para exortar o "combate para a paz refutando a violentas e dominações".
Marcelo Rebelo de Sousa, Donald Trump, Angela Merkel, Vladimir Putin, Benjamin Netanyahou, Recep Tayyip Erdogan, Justin Trudeau, Mohammed VI... Mais de 70 chefes de Estado e de governo de todos os continentes estão este domingo reunidos em Paris para celebrar o centenário do armistício da Grande Guerra.
A cerimónia contou com imprevisibilidades a organização, nomeadamente, quando duas militantes Femen forçaram a passagem nos Campos Elísios na altura em que o carro de Trump percorria avenida. Por razoes de segurança Vladimir Putin et Donald Trump chegaram diretamente aos Campos Elísios pelos próprios meios. No momento em que o veiculo americano descia a avenida, duas militantes Femen conseguiram desviar o dispositivo de segurança e irromper frente aos carros, nomeadamente ao carro blindado no qual se encontrava Donald Trump. As duas mulheres, de peito despido, queriam passar uma mensagem dirigida ao Presidente norte-americano: "hipocrisia", mas rapidamente foram interpeladas pelas forças de ordem.
Pelas 11h00, a maioria dos dirigentes internacionais saíram juntos do Palácio do Eliseu, em autocarros, em direção aos arco do triunfo, frente ao túmulo do soldado desconhecido. Os chefes de Estado percorreram os últimos cem metros a pé, lembrando a imagem de unidade que transpareceu na praça a republica a 11 de janeiro de 2015, na marche em homenagem às vitimas dos atentados de Charlie Hebdo.
Este fim de semana, o presidente francês quer passar uma mensagem politica e destacar o multilateralismo, nesta altura em que muitos países voltam as costas à França, e na primeira fila estão os Estados Unidos da América, primeira potencial mundial.
Na capital francesa estão dezenas de milhares de policias mobilizados este fim de semana, "mais de 10.000 forças de segurança estão mobilizados" garantiu o ministro do interior francês, Christophe Castaner. O perímetro dos Campos Elísios esteve sob alta vigilância e controlo de sacos a por quem quisesse chegar mais perto da avenida para assistir às comemorações e o mesmo acontece esta tarde no Hall de la Villette, onde decorre o Fórum da Paz, que integra as comemorações dos 100 anos do Armistício.
Esta tarde o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa estará na "The Masterclass", um debate que junta 80 estudantes de "Sciences Po", ao lado dos Presidentes da Colômbia e da Nigéria.