Os grupos independentistas cortaram as artérias Ronda del Dat, Diagonal e Via Laietena, em Barcelona.
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Milhares de independentistas catalães cortaram esta segunda-feira algumas avenidas de Barcelona e concentram-se em diversas zonas da cidade em protesto contra as condenações de ex-membros da administração autónoma por crimes de sedição e má gestão de fundos públicos. No aeroporto foram distribuídos bilhetes de acesso ao aeroporto de El Prat, nos arredores de Barcelona, com o intuito de provocar o colapso dos controlos dos terminais pela afluência de utentes.
▶ VÍDEO | Els Mossos comencen a carregar a l'Aeroport del Prat https://t.co/2Rdt7Wzkwi pic.twitter.com/MDJuAMXAUd
- ElNacional.cat (@elnacionalcat) October 14, 2019
Após serem conhecidas as sentenças, os grupos independentistas cortaram as artérias Ronda del Dat, Diagonal e Via Laietena, em Barcelona, e concentram-se neste momento frente à sede do organismo Òmnium Cultural e à sede do gabinete do conselheiro para as questões territoriais do governo regional.
Também a circulação ferroviária foi cortada cerca das 10h30 (09h30 em Lisboa) nas linhas R11 e RG1 por cerca de uma centena de pessoas que acedeu às linhas na estação de Celrà, em Girona. Entretanto, através das redes sociais, os Comités de Defesa da República (CDR) apelam à desobediência afirmando que "é altura para a revolta popular".
"A vossa sentença é a vossa condenação. É a hora de nos levantarmos contra o fascismo autoritário do Estado espanhol e os seus cúmplices", proclama o CDR através da rede social Twitter.
Entre os manifestantes, uma mulher com uma bandeira espanhola foi agredida na Catalunha. O líder do Ciudadanos, Albert Rivera, partilhou no Twitter o vídeo da agressão.
"Que barbaridade! Isto é o que te pode acontecer na minha terra quando levas a bandeira de todos: radicais separatistas agridem-te brutalmente. Ser espanhol dá-te o direito de ser livre em qualquer lugar de Espanha. E a obrigação de qualquer governo é garanti-lo. Chega", escreveu Albert Rivera.
¡Qué barbaridad! Esto es lo que te puede ocurrir en mi tierra cuando llevas la bandera de todos: que te agredan brutalmente radicales separatistas.
- Albert Rivera (@Albert_Rivera) October 14, 2019
Ser español te da derecho a ser libre en cualquier lugar de España. Y la obligación de cualquier Gobierno es garantizarlo. Basta ya pic.twitter.com/IKZjwnoFTb
O Primavera Sound de Barcelona, um dos principais festivais de música do país, também já reagiu à onda de protestos.
"A criminalização de movimentos pacíficos e de manifestações civis assenta num precedente muito perigoso para todos e todas", pode ler-se no comunicado emitido pelo festival.
O Tribunal Supremo condenou esta segunda-feira os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até 13 anos de prisão. O ex-vice-presidente da Generalitat, Oriol Junqueras, foi condenado, por unanimidade, a 13 anos de cadeia por delito de sedição e má gestão de fundos públicos.
Foram condenados a 12 anos de cadeia os ex-conselheiros da Jordi Turull (ex-conselheiro da Presidência), Raul Romeva (ex-conselheiro do Trabalho) e Dolors Bassa (ex-conselheira para as Relações Exteriores) por delitos de sedição e má gestão.
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O antigo titular do cargo de conselheiro do Interior, Joaquim Forn e Josep Rull (Território), foram condenados a 10 anos de cadeia. Jordi Cuixart, responsável pela instituição Òmnium Cultural, foi condenado a nove anos de prisão por sedição.
Os factos reportam-se a 2017 sendo que os magistrados entendem que os acontecimentos de setembro e outubro do mesmo ano constituíram crime de sedição visto que os condenados mobilizaram os cidadãos num "levantamento público e tumultuoso" para impedir a aplicação direta das leis e obstruir o comprimento das decisões judiciais.
"Os acontecimentos do dia 01 de outubro" (2017)" não foram apenas uma manifestação ou um protesto. Foi um levantamento tumultuoso provocado pelos acusados", referem os juízes do Supremo espanhol.