Depois do problema de software que esteve na origem de dois acidentes com aparelhos deste modelo, os 737 Max são alvo de um novo alerta da Agência Federal de Aviação norte-americana.
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Mais de 300 aviões Boeing 737 Max podem ter componentes com defeito de fabrico que requerem substituição.
O alerta é da Agência Federal de Aviação (FAA), autoridade que regula o setor aeronáutico norte-americano, que detetou problemas em componentes das asas que podem provocar danos no aparelho em pleno voo, avança a Reuters.
Em causa estão os slats fabricadas por um fornecedor subcontratado pela Boeing. Estes painéis móveis são uma parte integrante dos flaps e localizam-se ao longo da asa para fornecer um impulso adicional durante as aterragens e descolagens.
Uma falha total destas componentes pode provocar a queda do avião, alerta o regulador. Vai, por isso, emitir uma diretiva para ordenar a identificação e retirada destas peças no prazo de dez dias.
Em resposta à FFA, a Boeing admite ter identificado 20 aviões 737 Max que provavelmente terão peças com defeito e vai ainda confirmar o estado em que estas componentes se encontram noutros 159 aparelhos.
A fabricante norte-americana admite que o mesmo problema possa afetar 21 aviões 737 NG e está ainda a analisar 112 aviões deste modelo.
Os Boeing 737 Max continuam proibidos de voar depois queda de dois aviões em outubro e novembro do ano passado.
Tanto o primeiro acidente, que envolveu um avião da Lion Air, como o segundo, que meses depois envolveu um avião da Ethiopian Airlines, registaram um erro no novo sistema automático de estabilização - o chamado MCAS, criado para corrigir a posição do nariz do avião - uma novidade do modelo Max.
Em resultado, os pilotos receberam leituras incorretas do sensor e a tripulação não conseguiu desligá-lo. O nariz dos dois aparelhos foi forçado a baixar e levantar sucessivamente em poucos minutos minutos até que a perda de controlo foi total.
A Boeing já concluiu as atualizações de software requeridas para resolver este problema e entregou novas diretivas à FAA, que por sua vez vai assegurar a formação e certificação dos pilotos.